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As joias da designer Bruna Mendes são uma ótima opção para o Natal

A artista mineira morou em Brasília durante alguns anos e apresenta na capital suas coleções com design sofisticado e geométrico

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Filipe Cardoso/Especial para o Metrópoles
Brasília(DF), 27/11/2018, Entrevista Bruna Mendes. Local: Lago Sul. Foto: Filipe Cardoso/Especial para o Metrópoles
1 de 1 Brasília(DF), 27/11/2018, Entrevista Bruna Mendes. Local: Lago Sul. Foto: Filipe Cardoso/Especial para o Metrópoles - Foto: Filipe Cardoso/Especial para o Metrópoles

Bruna Mendes é mineira mas Brasília virou uma das grandes inspirações da designer de joias. Em meio a idas e vindas, entre Belo Horizonte, Rio de Janeiro e São Paulo, trabalha com talento, meticulosidade e precisão. A veia artística vem desde a infância. Ainda criança fazia esculturas com palitos, pedaços de plástico e linhas, além de desenhos. Desde então, estudou arquitetura, trabalhou como modelo e se encontrou como designer de produtos.

Bruna mora e atende os clientes em Belo Horizonte, mas as coleções são lançadas em Brasília, na multimarcas Q.U.A.D.R.A.

Vem comigo saber mais!

 

Bruna veio para Brasília com 4 anos de idade, depois de uma breve passagem pelo Rio de Janeiro. Na capital, ingressou no curso de arquitetura antes de descobrir a paixão pelo design de produtos. “Nessa época comecei a soltar a mão, desenhar muito. Mas a arquitetura é meio dura pois se projeta no computador, não era como eu imaginava. Cursei apenas dois semestres”, conta.

A mineira também apostou na carreira de modelo e em viagem a trabalho se matriculou no curso de design. O amor pelo desenho de produtos foi instantâneo. “Nesse primeiro ano, ficava muito dividida entre ir para um casting ou para a minha aula preferida”, diz. Assim, deixou a carreira de modelo de lado para mergulhar de vez no design.

“Morei em São Paulo por quatro anos, fiz metade do curso e o restante em Belo Horizonte. Sempre fui muito família, em Brasília almoçava em casa todo dia e na capital paulista não tem isso”, explica. Em Minas, perto das avós e primos, deu os primeiros passos na carreira até criar a própria empresa em 2014. Três anos depois, estreou a marca com a coleção Mindfull. A segunda, Gallery, veio meses depois.

Sobre o processo criativo, a designer tem duas linhas. Uma delas é o serviço por encomenda, em que clientes trazem ideias abstratas que desejam transformar em joias. “Essa é a hora mais gostosa,” revela Bruna. “Às vezes, a pessoa chega com uma pedra da tataravó.”

Durante o processo criativo, ela desenha cerca de 30 peças e, após intervalo de um dia, revê os esboços com um olhar mais apurado. A partir daí, faz o design final, que normalmente resulta em três itens. “Até hoje, 100% das minhas clientes amaram o resultado. Como é gostoso quando eu escuto: ‘Meu Deus, era exatamente isso que eu queria’.”

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Bruna Mendes já apresentou três coleções e desde 2014 cria peças sob encomenda

 

A outra linha é mais intuitiva e dá origem às coleções. Vem de inspirações que rodeiam a vida de Bruna. Esse e outros detalhes você pode conferir na entrevista abaixo:

Como foi a sua transição da arquitetura e da carreira de modelo para a joalheria?
Entrei nessa parte de joias quando fiz um estágio com a Adna Sales. Nessa época, me apaixonei realmente pela joia em si. Fazíamos todo o processo que aprendi na faculdade: acesso criativo, conceito, desenho técnico, escolha de materiais, produção, até chegar no cliente. Mas criar uma joia tem um passo a passo muito mais belo e especial. Eu ainda tinha a oportunidade de trabalhar com o cliente final e ver a satisfação no olhar dele ao abrir a caixinha.

Terminei a faculdade já focada nisso, fiz meu trabalho final com joias – maxi brincos inspirados na Bauhaus. Já tinha contatos e fornecedores nessa área, fui atrás de todo mundo. Desde então, não parei mais. Abri uma empresa e hoje em dia tenho um escritório em Belo Horizonte, moro lá e produzo tudo. A maioria das pedras naturais brasileiras saem de Minas Gerais, então quase as pego quentinhas.

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Bruna se mudou para São Paulo aos 20 anos e mergulhou no design de produto

 

Seus pais sempre apoiaram suas escolhas?
Sim, sempre estimularam muito a criatividade. Na época de entrar na faculdade, todos têm esse questionamento: “O que eu vou fazer?”. Gosto também do lado da psicologia. Na época, eu estava nessa dúvida e meus pais falaram: você vai para arquitetura, você desenhou a vida inteira. Minha mãe, hoje em dia, trabalha com arte e meu pai é engenheiro.

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Sempre criativa, Bruna fazia esculturas quando criança e teve aulas de pintura aos 15 anos

 

Você já se inspirou no pintor abstrato Wassily Kandinsky (coleção Gallery) e na arquitetura (Mindfull) para coleções. Seu processo criativo sempre envolve as artes?
Arquitetura, arte e natureza são as três coisas que me inspiram mais. Mas, de vez em quando, sonho literalmente com uma peça pronta e consigo desenhar várias outras peças inspiradas naquela. A arquitetura é o principal. Quem mora ou já morou em Brasília tem esse olhar mais rico porque existem diferentes estilos em uma mesma paisagem. Como minha mãe trabalha com arte, também me inspirou muito. Ela trazia os assuntos para mim, na faculdade também estudamos todos os estilos.

Alguma inspiração específica norteia suas criações?
Bauhaus me inspirou durante toda a faculdade. É uma escola rica e eu achava muito interessante o processo único de criação. Hoje em dia, as pessoas começam a desenhar a partir de peças e joias que já existem. Na época da Bauhaus, não tinha esse banco vasto de imagens como temos no Instagram, então você se inspirava, por exemplo, em uma lâmpada, uma coisa totalmente inusitada. Gosto dessa área de processos criativos inusitados.

Com quais materiais costuma trabalhar?
Ouro e prata são os principais. Qualquer pedra natural também. Inclusive, o gostoso de morar em Belo Horizonte é isso. Começamos a fazer peças com um tipo de pedra, mas você chega na loja e bate o olho naquele material e pensa: “Nossa, que interessante”. Fico louca dentro de uma loja de pedras. Gosto muito de usar diferentes tipos de ouro, pois dá uma sofisticação. Hoje em dia, tenho fornecedores em Nova York e Catar com opções de pedras maiores. Mas a maior parte vem de Belo Horizonte, tanto a produção como a compra de todo o material.

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Ouro e prata são os metais favoritos da designer, que adora pedras únicas

 

Tem alguma pedra específica como favorita?
Gosto de pedras que são únicas pelos seus defeitos, pois elas têm inclusões e, às vezes, um formato diferenciado. Eu foco meu olhar em peças que são totalmente diferentes e têm seu charme, sua beleza. Mas não prefiro uma pedra especial.

Como suas clientes fazem para adquirir as joias?
Fiz todos os meus lançamentos em Brasília. Atualmente, fechei parceria com a Q.U.A.D.R.A e estou tentando renovar a coleção de prata com pedras naturais. Hoje em dia, a venda em ouro é feita no Instagram e muito por indicação de pessoas que me conhecem. Também faço peças por encomenda.

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Choker by Bruna Mendes

 

Consegue traçar um estilo para a mulher que usa suas criações?
Pessoas de 20 e poucos anos até amigas da minha mãe. São mulheres que buscam um design diferenciado, sofisticadas. Elas também gostam de estar sempre bem vestidas, bem arrumadas, com uma peça diferenciada. Minhas clientes são bonitas e se vestem bem.

E quanto ao DNA das joias Bruna Mendes, como você define?
Minhas peças são bem geométricas feitas por um estudo matemático. Por conta da arquitetura de Brasília, essa visão de linhas retas é forte.

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A designer aposta em peças com desenhos geométricos

 

Já fez ou planeja collabs com outros artistas?
Ainda não, tenho vontade de fazer. Já pensei com bolsas, acessórios. Tem muitas marcas de joias que eu admiro, como a Silvia Furmanovich. Ela mistura materiais, como madeira, esmeralda e coquinho, que às vezes vão mais para a linha hippie, mas Silvia consegue fazer um trabalho maravilhoso, único e rico.

Você destaca alguma coleção dentre as que já criou?
A primeira que eu desenhei, na faculdade. É inspirada na Bauhaus. Criei quatro maxi brincos de ouro mas nem vendi, porque fiquei para mim. Eles são o meu xodó, pois têm todo esse conceito de formas geométricas, arquitetura e natureza.

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Bruna Mendes se inspira em arquitetura, arte e natureza

 

Costuma trabalhar nelas por quanto tempo? Elas acompanham as temporadas de moda?
Teoricamente, deveriam durar três meses. Na mais recente, Allure, o processo de desenhar até as peças estarem prontas foi a maior loucura da minha vida, durou um mês e meio. Mas fiz a programação do ano que vem e quero lançar quatro coleções. É mais intuitivo, mas é sempre bom acompanhar as temporadas e Dia das Mães, Namorados, Natal. As pessoas gostam muito de presentear.

Neste ano, consegui alinhar. No dia 18 de outubro, lancei a Allure, composta por peças em prata e pedras naturais, na Q.U.A.D.R.A. No começo do ano que vem, já pretendo ter produtos novos dentro dessa linha. Na coleção nova de ouro, vou usar pedras diferentes e naturais com desenhos mais leves, bem geométricos. Tenho esboços prontos que faço aleatoriamente.

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Argolas de prata com ródio branco e rosé

 

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Bracelete de metal

 

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Brincos de ametista e citrino

 

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Brincos com combinação de pedras naturais

 

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Bracelete com as pedras naturais peridoto, topázio e hematita

 

Existe alguma dificuldade em ser designer de joias no Brasil?
Todo mundo tem acesso aos mesmos materiais no país, o que se destaca é a forma de pensar, de colocar o conceito naquele produto.

Tem alguma dica para alguém que queira ser designer de joias?
O primeiro passo é colocar no papel, porque só assim conseguimos saber se aquela peça vai dar certo e como vai encaixar. Tem toda uma linha, até de engenharia, para desenhar o produto final. Lembro que, no começo, eu desenhava umas coisas que hoje penso: “E você vai fazer isso como? Vai soldar onde?”.

 

Que tal apostar nas joias da coleção Allure como presente de Natal? Confira na galeria:

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Coleção Allure <i>by</i> Bruna Mendes
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Joias Bruna Mendes

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A coleção atual, a terceira da designer, chama-se Allure. Surgiu de um estudo elaborado com formas geométricas que agregam muita atitude, sofisticação e elegância. Esses conceitos são ligados à palavra francesa que dá nome ao trabalho, muito usada por Coco Chanel para definir o que é visto pela perspectiva do próximo. Algumas das peças, inclusive, são unissex. Prata banhada por ródio negro, ródio branco e um jogo de cores das pedras nacionais.

Para o futuro, promete uma coleção de ouro com traços tradicionais, formas vazadas, linhas retas, e a cereja do bolo fica a cargo das pedras com lapidações diferenciadas. As criações devem incluir argolas, colares e braceletes.

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Colaborou Hebert Madeira

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