A arte, assim como a moda, é um universo de possibilidades. Para os que se veem atraídos pela criação, infinitas são as maneiras de expressar a autenticidade. Nos trabalhos mais recentes, a artista plástica brasiliense Isadora Maia elencou os lenços como as telas em branco para estampar a criatividade. As peças ganham colagens, fotografias e pinturas autorais.

Vem conferir!

Isadora Maia começou a trajetória criativa antes mesmo de chegar ao ensino médio. Ainda na adolescência, fez aulas de pintura com a professora de artes Ana Virginia Rabello, que a incentivou a seguir no caminho ao mesmo tempo em que apurava o talento para a moda.

“Aos 15 anos, pedi a minha primeira máquina de costura de presente de aniversário. Minha mãe achou muito curioso, me deu a máquina e logo entrei para uma aula de corte e costura. No mesmo período, comecei a frequentar alguns fashion shows em Brasília com a minha mãe. Três anos mais tarde, fui para São Paulo cursar faculdade de moda na Santa Marcelina”, relembra.

Mas esse foi apenas o início. Depois de graduada, ela foi em busca de cursos que pudessem abrir o leque de opções às múltiplas áreas de interesse. Na pesquisa, optou por migrar para arte contemporânea, fotografia e cinema. A partir do contato com as diferentes frentes, Isadora encontrou a sua voz no segmento. O resultado pode ser conferido nas obras autorais, que encantam pela beleza autêntica.

Atualmente, as criações de Isadora permeiam as artes visuais com materiais em vídeo, aquarela e tinta sobre tela. Nas peças, ela conjuga cores, tecidos, movimento e costura à mão. “Meu trabalho sempre envolve muitas cores e a paisagem do local em que estou inserida. Geralmente, eu roubo essas cores vibrantes dos céus por onde passei. Com a pandemia, comecei a viver uma vida nômade, o que me permitiu levar o meu ‘ateliê ambulante’ para todos os lugares”, conta a artista.

Onde a arte encontra a moda

Nascida em Brasília, Isadora Maia escolheu a capital paulista como lar há 13 anos. Da cidade natal, que se destaca pela arquitetura ímpar, ela confessa levar algumas características como inspiração.

“Minha mãe integra uma das primeiras gerações de Brasília e o meu avô, que era engenheiro, foi nos primórdios para construir a cidade […]. Brasília é a minha base e a primeira referência visual que tive na vida. Ou seja, o modernismo está nas minhas veias”, reflete.

No mais recente lançamento, que foi realizado na loja da Confraria, no Lago Sul, a conjugação entre moda e arte está presente no trabalho de pintura em lenços. “Foram as praias da Bahia que me inspiraram a desenvolver as criações. Dessa forma, as pessoas que, assim como eu, viviam de cidade em cidade, de praia em praia, poderiam levar uma obra de arte por aí”, descreve.

Nos acessórios estampados, o gradiente de cores, ora quentes, ora mais frios, faz referência às paisagens captadas pela artista. De olho no verão, as peças foram projetadas para somar ao frescor da temporada, sobrepondo uma blusa, nos cabelos ou até mesmo na bolsa.

“Tenho imenso prazer em ver minha arte vestindo as pessoas, abraçando corpos em movimento que tem tudo a ver com a base da minha pesquisa artística”, enfatiza.

Moda Brasília

A coluna Ilca Maria Estevão deu início à série Moda Brasília em 2021. Toda semana, apresentamos marcas, designers e etiquetas locais, a fim de dar ênfase à moda criada no Distrito Federal, no Centro-Oeste.

O objetivo é apresentar iniciativas e empresas que atuam em prol da cadeia produtiva regional de maneira criativa, sustentável e inovadora. Os nomes são selecionados de forma independente pela equipe da coluna, a partir de critérios como diferencial de mercado, pioneirismo e ações que valorizem a comunidade.

Colaborou Marcella Freitas