Arte de renovar: veja o trabalho de upcycling e curadoria da G.Galeria
A empresa, fundada em 2021 por Gabriela Oliveira, mescla no portfólio criações autorais e peças garimpadas de brechós. Confira!
atualizado
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As configurações de upcycling descolado foram atualizadas. A técnica, que consiste no reaproveitamento de materiais que já existem no mundo, é uma das principais apostas no mercado de moda atual e tem ganhado força graças à iniciativas com a G.Galeria. A empresa brasiliense cria peças a partir de roupas e retalhos, produz acessórios em miçangas e, sob uma curadoria minuciosa, também investe em coleções-cápsulas com itens de segunda mão. Na série Moda Brasília, nesta terça-feira (24/5), a coluna apresenta o empreendimento comandando por Gabriela Oliveira.
Vem conferir!
Renovar, ressignificar e reutilizar
Indo na contramão das ultra fast fashion, que produzem milhares de peças diariamente para “atender” às demandas de tendências, um outro segmento de moda tem conquistado adeptos nos últimos anos: o de reaproveitamento. Seja por meio da revenda de roupas usadas, seja com a reutilização de matéria-prima existente, designers têm apostado as fichas na sustentabilidade em suas criações. A empresa G.Galeria se encontra nessa intersecção.
“Conheci a técnica de upcycling lendo o livro Moda com Propósito, do André Carvalhal, e comecei a aplicar nos meus projetos. Na época, quando eu era sócia de um brechó – antes de fundar o meu próprio espaço -, lançamos uma coleção toda em jeans reutilizados. Foi um sucesso! O upcycling te proporciona isso: criar uma peça única e ainda causar o menor impacto possível no meio ambiente”, declara a fundadora, Gabriela Oliveira.
Enfermeira de formação e artesã por vocação, ela se divide entre o trabalho no hospital onde atua e às criações feitas à mão. No mix do empreendimento, peças autorais feitas de matéria-prima reaproveitada se unem a itens de segunda mão selecionados no processo de curadoria.
O nome da marca, inclusive, é uma interpretação particular sobre a moda. “Escolhi ‘G. Galeria’ pelo conceito do que tem no seu interior. Quando você entra numa galeria, tudo ali é arte. E é isso que quero compartilhar. Posso criar desde bolsas exclusivas a bandanas para cachorros, garimpar peças diferentonas e também transformá-las. Gosto de brincar com a minha criatividade e deixar ela me guiar”, explica.
(Arte)sanato descolado
É quase impossível passar pela página da G.Galeria no Instagram e não se ver atraído pelas postagens de estética vibrante, colagens divertidas e, claro, os editoriais que esbanjam conceito. Mantendo-se fiel à proposta da marca, que transpira criatividade, Gabriela também assina a direção de arte das campanhas.
Por lá, os itens que integram as coleções protagonizam os cliques. A última coleção lançada foi composta pela seleção de garimpos vintage, com destaque às tonalidades rosa, vermelho e roxo, e bolsas e acessórios em miçangas, especialidade da idealizadora. Ao contrário das lojas de departamento, que disponibilizam novas peças semanalmente, a Galeria investe em pequenas coleções mensais ou quinzenais.
Indo além do propósito da sustentabilidade e produção slow fashion, a empresa também busca trazer visibilidade a outros movimentos. “Desde o início, eu tinha o objetivo de colaborar com alguma causa social. Se eu pudesse, adotava várias causas, mas a gente tem que escolher uma e lutar por ela”, pontua. Sendo assim, Gabriela, que é tutora de três pets, elegeu a ONG Eu Amo, Eu Cuido para colaborar.
“Falei sobre o meu negócio e as fundadoras do projeto toparam. Eu achei o máximo, pois é uma ONG responsável, que resgata e cuida dos animais com responsabilidade e transparência. A nossa collab é composta por bandanas para cachorros, que são feitas de retalhos e bem coloridonas. Na ação, 50% do valor das vendas será revertido em doação para a instituição”, detalha.
É apenas o começo da G.Galeria, que está desbravando as aventuras do primeiro ano no mundo. No entanto, se depender da fundadora, a etiqueta irá alçar voos ainda mais altos: “Meu plano é sempre inovar e trazer algo diferente, não somente um produto. Quero criar uma comunidade com os seguidores, ter conexão com o meu público. E como ninguém faz nada sozinho, quero dar palco para mais colaborações, principalmente de marcas e projetos locais”.
Moda Brasília
Colaborou Marcella Freitas