Armadura anatômica: escultura corporal vira tendência na moda
Rihanna, Chiara Ferragni e Zendaya estão entre as fashionistas que aderiram à estética, impulsionada por Yves Saint Laurent nos anos 1960
atualizado
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O corpo humano é evidenciado na moda de diferentes formas. Nesse sentido, como uma espécie de armadura anatômica, uma tendência tem sido reafirmada: looks com textura rígida, principalmente em formato de seios. Recentemente, Rihanna e Chiara Ferragni aderiram à estética. Anteriormente, fashionistas como Zendaya, Gwyneth Paltrow e Camila Coutinho já haviam usado visuais com a estética. Contudo, nos anos 1960, a escultura corporal foi impulsionada no meio fashion por Yves Saint Laurent.
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Após hiato de sete anos, Rihanna voltou aos palcos com um show durante o Super Bowl 2023, no último domingo (12/2), nos Estados Unidos. Na icônica apresentação repleta de hits, a estrela usou um modelito monocromático em vermelho. O look foi assinado pelo estilista Jonathan Anderson, diretor criativo da Loewe.
No visual exclusivo com pegada utilitária, o top de couro da cantora chamou atenção em meio ao macacão com zíper. Um protótipo da peça rígida havia sido revelado pela marca espanhola com a coleção de primavera/verão 2022, no Paris Fashion Week.
Outra celebridade que apareceu com a estética anatômica nos últimos dias foi Chiara Ferragni. Em 11 de fevereiro, durante participação no 73º Festival de Música de Sanremo, na Itália, a influenciadora e empresária elegeu um visual confeccionado sob medida por Daniel Roseberry, da Schiaparelli. Com vestido azul assimétrico, o look fez parte de uma série de manifestos.
Batizada de A Mulher e a Mãe Guerreira, a composição foi uma crítica ao fato de que as mulheres não devem ser vistas apenas como cuidadoras dos filhos. “A dureza da armadura de ouro esculpida nos seios de Chiara representa uma força que não precisa imitar a masculina para ser considerada do mesmo nível”, explicou o stylist Fabio Maria Damato em nota.
Armadura anatômica na história da moda
Nos anos 1960, Yves Saint Laurent foi um dos precursores da estética. O estilista colaborou com a escultora Claude Lalanne em coleção de alta-costura do outono/inverno 1969.
A parceria resultou em visuais com cintura e seios moldados em cobre. “Claude Lalanne fez uma série de moldes do corpo da modelo Veruschka que foram usados com dois vestidos de chiffon, um azul e outro preto”, descreveu o Museu Yves Saint Laurent.
Em setembro de 2019, durante a Semana de Moda de Nova York, Tom Ford apostou nas silhuetas anatômicas em diferentes visuais para a primavera/verão 2020. Não demorou para que celebridades fossem vistas com os modelitos.
Para comparecer à 25ª edição do Critics’ Choice Awards, Zendaya apostou no rosa metalizado e complementou o outfit com saia longa. Gwyneth Paltrow vestiu a mesma armadura na capa de fevereiro de 2020 da edição norte-americana da Harper’s Bazaar .
Conhecida pelo surrealismo, a Schiaparelli também virou referências em looks que retrataram a silhueta humana. Sob o comando de Daniel Roseberry, a proposta levantada pela fundadora da maison, Elsa Schiaparelli, foi modernizada e ganhou ar mais provocativo. No compilado de alta-costura da primavera/verão 2021, o diretor criativo brincou, inclusive, com os músculos nas peças.
Na edição de maio de 2021 da revista Elle Brasil, Bruna Marquezine apareceu com o “abdômen da barata”, icônica peça da Schiaparelli. Na capa 3D com tema de metamorfose, ao movimentar a página principal, o look se transformava em um vestido de flor.
Camila Coutinho também se jogou na estética anatômica. No Baile da Vogue 2022, a influenciadora digital fez homenagem às curvas e linhas arquitetônicas. Para criar o figurino, a Bravio Studios esculpiu uma joia de armadura em prata.