Ariana Grande processa Forever 21 por campanha com sósia
Em ação, cantora norte-americana alega que a marca se apropriou de sua imagem para lucrar, após ter parceria recusada
atualizado
Compartilhar notícia
A Forever 21 ganhou os holofotes da imprensa internacional com a repercussão de seu possível pedido de falência na última semana. Agora, a rede de fast fashion voltou a ser assunto por causa de um processo de US$ 10 milhões movido pela cantora Ariana Grande. Ela acusa a varejista de usar “seu nome, sua aparência e outras propriedades intelectuais” para se promover gratuitamente. Inclusive utilizando fotos com uma modelo bem semelhante à artista. Isso ocorreu depois de a popstar norte-americana ter recusado uma parceria com a empresa.
Vem comigo entender o caso!
A ação judicial, movida na segunda-feira (02/09/2019), argumenta que a marca e sua linha de beleza Riley Rose publicaram ao menos 30 fotos e vídeos não autorizados no site oficial e em outras plataformas. Todos teriam referências à cantora – alguns com imagens do clipe Thank U, Next e elementos de 7 Rings.
“A intenção era clara: sugerir ao público que a Srta. Grande endossava a Forever 21 e seus produtos e era afiliada à marca”, alega o processo. Quem representa o documento de 21 páginas é o advogado Daniel Petrocelli, conhecido por ter atuado no caso O.J. Simpson, nos anos 1990.
Uma das imagens mostra uma modelo bem parecida com Ariana. Ela usa rabo de cavalo e acessórios similares aos do clipe 7 Rings, lançado pela artista em janeiro. O post tem até um trecho da música na legenda: “Gee thanks, just bought it” (Poxa, obrigada, acabei de comprar, em tradução livre). Já em outra foto, uma modelo usa figurino parecido com um look da cantora no mesmo vídeo: calça roxa com estampa militar, cinto e sandálias de salto cor-de-rosa com meias brancas.
A marca de beleza Riley Rose, mencionada no processo, foi criada pelas filhas do fundador da rede varejista.
A parceria foi proposta para a equipe de Ariana no fim de 2018. Porém, foi recusada no começo de 2019, já que a marca não estava disposta a pagar “o valor de mercado justo para uma celebridade com a estatura da srta. Grande”.
Um post único na conta de Ariana no Instagram, por exemplo, vale quantias de seis dígitos, podendo custar de sete a oito em campanhas de marketing, licenciamento e outros acordos.
Em vez de pagar o valor exigido pelos direitos, a Forever 21 publicou imagens sem autorização, principalmente entre janeiro e fevereiro, conforme acusa o processo. Para a equipe de Ariana, a label teria se aproveitado do sucesso do disco Thank U, Next, lançado em fevereiro deste ano. Agora, o valor exigido no processo é de pelo menos US$ 10 milhões.
A ação diz que a própria Ariana informou sua equipe de advogados e agentes quando soube das imagens, em fevereiro deste ano. Depois de ser procurada, a marca teria concordado em excluir as fotos não autorizadas de suas redes sociais, o que só aconteceu em abril. Entre as violações alegadas no processo, estão direitos autorais, marca registrada e direito à publicidade. Sem falar, é claro, na sugestão falsa de um “aval” da cantora para as publicações.
À imprensa internacional, a rede de fast fashion disse que contesta as alegações e não comenta “litígios pendentes”. “Enquanto disputamos as acusações, somos grandes apoiadores de Ariana Grande e trabalhamos com sua empresa de licenciamento nos últimos dois anos. Temos esperança de encontrar uma resolução mutuamente agradável e de poder continuar trabalhando juntos no futuro”, diz o comunicado.
Farrah Moan
A polêmica não ficou só aí: ao saber do processo, a drag queen Farrah Moan, ex-participante de RuPaul’s Drag Race, ironizou a situação. Segundo ela, um body usado pela cantora em 7 Rings imita um de seus looks. O visual em questão foi usado na quarta temporada do spin-off All Stars.
“Ariana deveria me dar uma parte desses US$ 10 milhões, já que sua equipe literalmente enviou uma foto minha para o designer e pagou para copiar meu visual de AS4. Finalmente conheci o designer e fui informada do ‘chá’. Acho que roubar artistas queer para obter lucro é bom”, publicou no Twitter. Em inglês, “tea” (chá, em português) é uma gíria para se referir a fofocas.
Em outros tweets, continuou falando sobre o assunto. “Eu não me importo sobre o que é realmente o processo. Sua equipe jurídica está acusando de roubo de semelhança, imagem. Mas o ponto é que a equipe dela também roubou”, aponta. Ariana ainda não se manifestou sobre as declarações.
Ariana should give me a cut of that 10M since her team literally sent a pic of me to the designer and paid them to copy my look from as4. (Finally met the designer and got told the Tea) I guess stealing from queer artists for profit is fine tho ??♀️ pic.twitter.com/1smGr8K4G0
— ? Farrah Moan (@farrahrized) September 4, 2019
Colaborou Hebert Madeira