Após críticas, uniforme olímpico brasileiro ganha designs não oficiais
Marcas nacionais, como Farm, Santa Resistência, The Paradise e Dendezeiro, desenvolveram looks para mostrar como poderiam ser o trajes
atualizado
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Na capital mundial da moda, a cerimônia de abertura dos Jogos Olímpicos de Paris, que ocorrerá nesta sexta-feira (26/7), promete ser um grande espetáculo de estilo e elegância. Delegações de mais de 200 países desfilarão com looks assinados por marcas renomadas, para destacar a diversidade e o prestígio da moda global. No entanto, a simplicidade do design parece não ter atendido às expectativas do público para o uniforme da delegação brasileira.
Desde a divulgação das peças, que contemplam camiseta listrada e calça jeans, além de saia rodada ou calça branca, combinadas com chinelo das Havaianas, é possível inúmeros comentários negativos na web sobre as criações. Com a repercussão, etiquetas nacionais resolveram desenvolver versões não oficiais dos trajes para que as pessoas pudessem conferir como seria se elas tivessem recebido essa missão. Os pronunciamentos do Comitê Olímpico do Brasil (COB) e da Riachuelo também ganharam os holofotes recentemente. Vem saber mais!
A polêmica em volta dos uniformes do Brasil para as Olimpíadas
Após o COB e a Riachuelo divulgarem os uniformes que os atletas brasileiros irão usar na abertura dos Jogos Olímpicos de Paris, muitos internautas se revoltaram com a escolha. Por trás das críticas, eles ressaltaram o desejo por uma representação mais moderna e refinada do Brasil em um evento de tanto renome como as Olimpíadas.
O assunto rendeu até mesmo um comentário de Anitta. “O look representa exatamente como o atleta é tratado no país. Sem estrutura, sem oportunidades, desvalorizado”, opinou a cantora.
Após todo esse movimento negativo, o presidente do Comitê Olímpico do Brasil, Paulo Wanderley, pronunciou-se nessa quarta-feira (24/7). Durante uma entrevista coletiva na base do Time Brasil, em Saint-Ouen, cidade próxima à capital francesa, o dirigente defendeu a escolha do traje:
“Não é uma fashion week em Paris; são os Jogos Olímpicos de Paris. Cada um tem seu gosto, e gosto não se discute”, afirmou Wanderley.
Ele destacou ainda que a equipe está satisfeita com os uniformes de viagem e de desfile, confeccionados pela Riachuelo. “Basta ver os vídeos que os próprios atletas estão divulgando nas redes sociais”, argumentou. Segundo o representante do COB, o feedback dos atletas tem sido positivo, o que reforça a aprovação interna do design.
A repercussão também gerou um pronunciamento da Riachuelo, por meio da chefe de marketing da marca, Cathyelle Schoeder. Em entrevista à Veja, ela contou como a equipe da varejista tem recebidos as críticas. “Nossa política, como empresa, é ouvir e acolher. Esse trabalho envolveu diretamente cerca de 500 famílias, ao longo de dois anos, desde criação, costura, modelagem, corte, embalagem, transporte, controle de qualidade, bordado… Fizemos tudo com amor e paixão para fazer acontecer. Quando as críticas chegam, nosso papel é ouvir.”
Uniforme brasileiro com novos designs
Os Estados Unidos serão representados por trajes da Ralph Lauren nestas Olimpíadas, enquanto a França terá uniformes projetados por Stéphane Ashpool, em colaboração com as marcas Le Coq Sportif e Pigalle, conhecida no ramo do streetwear.
Entre os destaques, os visuais da Mongólia também têm conquistado a aprovação dos fashionistas e recebido elogios nas redes sociais. Entretanto, os uniformes do Brasil, confeccionados pela Riachuelo, geraram decepção.
Em resposta às críticas, a revista Ela, do portal O Globo, convidou três renomados designers brasileiros para criar versões autorais das roupas que os atletas brasileiros poderiam usar. Kátia Barros, cofundadora da Farm, por exemplo, optou por uma abordagem urbana com uma paleta de cores retrô.
Thomaz Azulay, da The Paradise, por sua vez, decidiu inserir a tropicalidade no próprio design. Já Mônica Sampaio, da Santa Resistência, elegeu a alfaiataria como foco, além de ressaltar a sustentabilidade como destaque, com peças de algodão responsável, do movimento Sou de Algodão.
Além desse projeto, a Dendezeiro, liderada pelos estilistas Hisan Silva e Pedro Batalha, decidiu produzir visuais após pedidos do público. Como inspiração, a etiqueta juntou várias referências que fazem o “Brasil ser o Brasil”. Nas peças, é possível ver miçangas, as tonalidades da bandeira e o termo “brasiliano”.
As sugestões dos designers mostram a riqueza e a criatividade da moda brasileira, que deixam uma importante reflexão sobre como o Brasil poderia se apresentar no cenário internacional. Para futuras edições: que o país possa, cada vez mais, ser valorizado para mostrar a própria identidade sem estereótipos ou de forma simplista.