Após 10 anos, Jeremy Scott deixa a direção criativa da grife Moschino
Conhecido por coleções divertidas, o estilista norte-americano anunciou a saída da marca italiana nesta segunda-feira (20/3)
atualizado
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O estilista Jeremy Scott anunciou, nesta segunda-feira (20/3), que deixará a direção criativa da Moschino. Ao longo de 10 anos no comando da grife italiana, o estilista criou uma identidade ousada e irreverente. O legado do norte-americano ficou marcado por coleções excêntricas e sempre divertidas.
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Jeremy Scott descreveu o período na Moschino como uma “celebração maravilhosa de criatividade e imaginação”. “Eu me diverti muito criando designs que viverão para sempre”, destacou o designer em comunicado oficial. “Também gostaria de agradecer a todos os meus fãs ao redor do mundo que celebraram a mim, minhas coleções e minha visão. Sem vocês, nada do que aconteceu teria sido possível.”
A decisão foi oficializada nas redes sociais da Moschino. Nos últimos dias, a conta oficial da label no Instagram vinha sendo abastecida por posts em tom de retrospectiva sobre o trabalho de Scott, com direito a trechos de desfiles, capas de revistas, editoriais e relações com celebridades.
Massimo Ferretti, presidente executivo da Aeffe, empresa controladora da Moschino, agradeceu pela década de dedicação. “Tenho a sorte de ter tido a oportunidade de trabalhar com a força criativa que é Jeremy Scott ”, disse em nota. “Gostaria de agradecê-lo por seus 10 anos de compromisso com o legado da casa de Franco Moschino e por inaugurar uma visão distinta e alegre que sempre fará parte da história da Moschino”, completou.
Legado de Jeremy Scott na Moschino
Assim que assumiu o comando da Moschino, em 2013, Jeremy Scott fez a marca faturar 10 vezes mais logo no primeiro ano de trabalho. A primeira coleção, de outono/inverno 2014, ficou famosa tanto pela homenagem ao McDonald’s quanto por reverenciar o ar provocador do fundador da marca, Franco, que imitou ícones da Chanel e até chegou a ser processado pela maison.
Com ar pop e fantasioso, à própria maneira, Jeremy Scott seguiu a ousadia que já estava intrínseca à marca, em uma espécie de descontração questionadora. Virou um “ponto fora da curva” com participações performáticas na Semana de Moda de Milão, conhecida por tradição, praticidade e elegância.
O humor e o escapismo sempre estiveram nas coleções de Scott para a Moschino. Budweiser, Barbie, produtos de limpeza, ursos de pelúcia e frases de efeito estiveram entre as apostas, com direito a maximalismo nas modelagens, volume, texturas, logomania e ampla paleta de cores. No Brasil, em 2021, Jeremy Scott chegou a firmar uma parceria da Moschino com a varejista Riachuelo.
A última coleção do designer norte-americano foi apresentada em fevereiro, no Milão Fashion Week durante a temporada de outono/inverno 2023. O compilado teve inspiração no quadro surrealista de relógios derretidos, intitulado A Persistência da Memória, de Salvador Dalí. Com estética dos anos 1980 e pitada punk, estampas florais, tweed e xadrez deram tom à despedida até então não anunciada.
Jeremy Scott seguirá no comando da própria marca, fundada em 1997. A Moschino ainda não anunciou quem substituirá o norte-americano como diretor criativo na casa italiana. Nas últimas horas, a mídia internacional especializada em moda mencionou alguns nomes considerados pela grife. Giuliano Calza, fundador da GCDS, e Harris Reed, recém-nomeado diretor criativo da Nina Ricci, estão entre as especulações.