Analista explica como a moda influenciou a vitória de Trump em 2016
Christopher Wylie, canadense que expôs o uso dados do Facebook nas eleições presidenciais dos EUA, falou sobre o assunto durante conferência
atualizado
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A terceira edição do Voices, conferência que debate os atuais desafios da indústria têxtil, teve o canadense Christopher Wylie em um de seus painéis. Durante o talk-show, o analista que expôs o uso indevido de dados do Facebook nas eleições presidenciais americanas, em 2016, falou sobre como a moda auxiliou a campanha do presidente Donald Trump.
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Wylie foi um dos fundadores da Cambridge Analytica, empresa de análise de dados que utilizou informações de milhares de usuários do Facebook para influenciar votos. Após a corrida presidencial, o canadense deixou a companhia e resolveu ir a público denunciar a má conduta da corporação. Muitos ainda não sabiam que a moda foi um fator determinante para o direcionamento das mensagens pró-Trump.
De acordo com o analista, a Cambridge criou um algoritmo baseado na interação dos consumidores com suas marcas favoritas. “Música e moda são as ferramentas mais informativas para prever a personalidade e inclinação política de alguém. A preferência de um usuário por uma etiqueta, por exemplo, dá uma indicação muito clara sobre seu posicionamento partidário”, argumentou durante o evento realizado no fim de novembro.
De acordo com os relatórios da empresa de análise, clientes de labels mais tradicionais, como Wrangler, Hollister e Lee Jeans, são mais propensos aos ideais do Partido Republicano. Enquanto os consumidores de marcas mais criativas, a exemplo da Kenzo e Alexander McQueen, tendem ao Partido Democrata. A companhia usou o perfil do público-alvo de cada etiqueta para, a partir disso, escolher as pessoas que receberiam as mensagens pró-Trump.
Para ele, a ligação entre moda e psicologia não é novidade, mas essa foi a primeira vez em que o segmento têxtil foi explorado para fins políticos. “Nós usamos as narrativas culturais da moda, mas, em primeiro lugar, foi a indústria fashion a criadora dessas narrativas. As marcas precisam trabalhar a diversidade em suas entranhas para não se tornarem alvos”, afirmou.
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Colaborou Danillo Costa