Alexandre e Silvia Furmanovich vêm a Brasília mostrar nova coleção
Além de conhecer as peças, fiz uma entrevista com mãe e filho, que têm um olhar todo especial para o mundo das joias. Vem comigo!
atualizado
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Conhecidos na cena paulistana pelo trabalho diferenciado de suas joias, além do incomparável estilo, Silvia e Alexandre Furmanovich estiveram na capital federal, na tarde dessa quinta-feira (30/11), para o lançamento da coleção Índia. O almoço aconteceu na casa da minha amiga Duda Portela Amorim.
O mostruário com peças dos designers era um mix de nuances e texturas cheias de requinte, beleza e criatividade. Isso tudo porque, para a nova coleção, Silvia foi influenciada por toda dimensão espiritual e opulência de cores do país dos marajás. A inspiração, de acordo com a designer, veio após uma viagem enriquecedora do ponto de vista estético, fazendo que ela aproveitasse a oportunidade e criasse uma coleção dedicada ao local.
Alexandre é apaixonado por pedras e trabalha com Silvia no desenvolvimento das peças. Como não poderia deixar de ser, escolhi os meus itens favoritos e aproveitei a oportunidade para bater um papo de moda, joias e beleza, com mãe e filho.Quer saber como foi? Então vem comigo!
Fiel à inspiração fornecida pela Índia, Silvia produziu belas peças com pequenos pedaços de vidro vindos de templos, além de fragmentos de mármore do Taj Mahal.
O protagonismo fica por conta de gemas como esmeralda, madrepérola e coral, detalhadamente misturadas a outros elementos, como a madeira. O mix criativo é uma das técnicas que tornam o trabalho de Silvia reconhecido tanto em território nacional quanto internacional.
Confira a minha seleção de favoritos:
Lindo, carismático e muito atencioso, Alexandre é um dos três filhos de Silvia. Todos trabalham em família, mas é ele o apaixonado por pedras preciosas. Acompanha o trabalho da mãe desde a adolescência e confessa que a função exercida atualmente com Silvia perpassa todos os setores, incluindo o criativo, feito de forma complementar. Considerado um dos homens mais elegantes de São Paulo, Alexandre também falou sobre a peça favorita do seu guarda-roupa e outras particularidades. Leia abaixo um pouco da nossa conversa.
Como é a parceria com a sua mãe?
Ela já trabalha com joias há muito tempo e, desde os meus 16 anos, sempre a acompanhava quando ia para os pedristas e ourives. Esse universo ficou muito próximo de mim. Na época da faculdade, já tinha decidido trabalhar com ela. Entrei, justamente, como relações públicas e no comercial. Por ser muito criativo, fiquei também nesse setor, de forma complementar. Minha mãe tem algo voltado para essas tendências mais étnicas, e eu gosto mais de pedra, então um complementa o outro. Essas viagens que a gente faz sempre são muito boas. O olhar dela enxerga algo, e o meu, outro totalmente diferente. No final, tudo se harmoniza.
Outros membros da família trabalham com vocês?
Sim, meus dois irmãos mais novos. Andrey, que mora em Nova York já faz 12 anos, cuida das relações públicas internacionais e dos nossos pontos de venda por lá. O Anthony, mais novo, é responsável pelo financeiro.
Quais materiais vocês costumam acrescentar nas peças da marca?
Somos superconhecidos por misturar materiais inusitados nas joias. Já usamos borracha, porcelana, cerâmica e marfim. Inclusive, temos uma marchetaria de asa de besouro da Amazônia que está na orelha da Duda.
Joias precisam seguir uma tendência?
É uma cultura milenar e depende muito do ambiente. Existem inúmeros estilos possíveis. Mas, na verdade, além da beleza, a joia, hoje em dia, tem que ser usável.
Como é sua relação com Brasília?
Gosto muito e sempre venho, porque tenho vários amigos aqui.
Marca favorita?
Dolce & Gabbana e Ralph Lauren.
Quais itens são indispensáveis para um homem ter no guarda-roupa?
Na realidade, uma boa camisa branca é o único item que eu acho indispensável, porque você pode usar em diversas ocasiões. Desde um baile black-tie até uma festa na piscina.
Após o almoço, foi a vez de conversar com Silvia Furmanovich. A designer trabalha com joias desde 1997, mas afirma que o contato com a arte da ourivesaria sempre esteve presente em sua vida. Na infância, ela já observava o pai, Salvador Longobardi, trabalhar na oficina de casa – criando, assim, um conhecimento originário praticamente de berço.
Com o tempo, Silvia foi trazendo personalidade para as peças, inspirada em técnicas ancestrais e com um olhar contemporâneo, lembranças de viagens a lugares paradisíacos e memórias afetivas. A concepção e o uso de outros tipos de materiais formulam um trabalho sensível, sofisticado e apaixonante.
De onde você tirou a inspiração para desenvolver a coleção Índia?
Minha última coleção foi muito rebuscada e, desta vez, queria fazer o oposto. Algo mais minimalista, geométrico e simples. Por isso, escolhi a cerâmica como matéria-prima, porque dá um tom definido e estável, além de ter uma gama de pigmentos que combinam com todas as pedras. Daí, surgiu essa ideia de fazer algo baseado na cor. Eu adorei, porque tudo ficou superverão, despojado e versátil. Não é uma série grande, mas é alegre e com desenhos incríveis.
Na hora de criar, o que mais te influencia?
Primeiro é a natureza, com suas formas infinitas e cores. Segundo, viagens que faço, onde conheço novas culturas. A terceira é o artesanato. Adoro descobrir técnicas adaptáveis para a joalheria. Dou muito valor ao handmade.
Qual foi a técnica que você mais gostou de desenvolver?
Sem dúvidas, a marchetaria. Por ser feita com madeiras naturais, proporciona infinitas possibilidades. Na verdade, é uma técnica alemã de incrustar fragmentos de materiais em uma base de marcenaria. É algo que ninguém nunca produziu e está fazendo sucesso internacional. Até porque é a cara do Brasil. Além disso, a madeira é um elemento maravilhoso para se trabalhar, porque ela é térmica e maleável. Então, eu simplesmente adorei.
Para qual tipo de mulher você produz suas joias?
São feitas para a mulher que já tem tudo, mas escolhe algo para ser diferente. É para quem deseja ter um item único, exclusivo. É esse o cuidado que tomo: jamais repito uma peça. Pode ser parecida, mas não vai ser igual. Minhas clientes dão valor a isso.
Já fez joia pensando em alguém especificamente?
Sim, porque sempre faço muitas reformas e encomendas. Às vezes, trabalho com joias de família, com valor afetivo, e busco preservar a pedra. Dou uma modernizada, e a pessoa fica muito feliz. Também crio muitas coisas para casamentos, seja uma coroa ou um brinco.
Quem você gostaria de ver usando uma peça sua?
Para mim, todas as clientes são importantes. Basta a pessoa estar feliz com o que está usando. Claro, se uma celebridade usa, dá uma mídia bacana. Mas não precisa ser alguém famoso. Qualquer pessoa que possa adquirir uma peça minha me deixa muito alegre.
No processo criativo, você vai pelo seu instinto ou segue tendências?
Apenas instinto. Não fico olhando para fora. Eu busco dentro do meu universo. Acredito que esse é o meu diferencial.
Depois de conhecer um pouco dos dois, agora é hora de ver quem passou por lá!
O almoço especial contou com mailing da própria Duda. Marina Slaviero e Lilian Lima também trouxeram várias personalidades brasilienses para o evento.