Alexander McQueen e Balenciaga deixam de usar pele animal em coleções
Pertencentes ao conglomerado Kering, as duas marcas agora se juntam a um grupo crescente de marcas que abandonaram o material
atualizado
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As grifes Alexander McQueen e Balenciaga, que pertencem ao conglomerado Kering, não usam mais pele animal em suas coleções. A novidade foi confirmada discretamente, por meio de um relatório divulgado pelo grupo de luxo no dia 25 de março. A Humane Society, organização que luta pelos direitos dos animais, celebrou a novidade. De acordo com a instituição, Saint Laurent e Brioni são as únicas marcas da companhia francesa que ainda não anunciaram políticas fur free.
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As novatas do Fur Free
A Balenciaga já não usava pele nas coleções desde que o estilista Demna Gvasalia assumiu a direção criativa da casa, em 2015. A grife sediada em Paris, entretanto, nunca havia se pronunciado publicamente sobre o assunto, até agora. No documento 2020 Universal Registration, o grupo Kering afirmou que a maioria de suas marcas não usa pele.
“A Gucci, por exemplo, faz parte do programa Fur Free Retailer promovido pela ONG Fur Free Alliance e proibiu o uso de peles em toda a sua linha, desde sua coleção primavera/verão 2018. […] Balenciaga, Alexander McQueen e MCQ também não usam mais peles em suas coleções”, comunicou o grupo de luxo.
A decisão atende à demanda de consumidores e ativistas que pedem por alternativas cruelty-free na indústria da moda, como a pele sintética (que também tem seu contraponto, por ser derivada do plástico). A Humane Society internacional e a filial dos Estados Unidos tentam convencer, há mais de 10 anos, o grupo Kering a abandonar as peles. Após o recente anúncio, a instituição afirmou que continuará atuando nesse sentido.
“Toda vez que um grande nome da moda como Alexander McQueen ou Balenciaga deixa de usar pele, ele envia uma mensagem clara de que a pele não tem lugar em uma sociedade moderna. Esta é uma afirmação de que os consumidores se preocupam mais com soluções sustentáveis do que os enfeites de pele em uma bolsa ou casaco”, comunicou Kitty Block, presidente e CEO da Humane Society EUA e CEO da Humane Society International.
Movimento crescente
O número de grandes marcas que deixaram de usar pele retirada de animais com pelo (fur, em inglês) tem aumentado. Só nos últimos quatro anos, Versace, Burberry, Prada e Chanel aderiram à iniciativa. Dentro do grupo Kering, a Bottega Veneta não utiliza pele há quase duas décadas.
Chanel e Victoria Beckham foram além: baniram, também, os couros exóticos (píton, crocodilo, lagarto, entre outros). A grife francesa, atualmente, substitui esses materiais por versões texturizadas do couro derivado da indústria agroalimentícia. Beckham, por sua vez, nunca trabalhou com pele nas coleções.
A proibição da venda de pele virou realidade em estados como a Califórnia, onde a decisão valerá a partir de 2023. Países inteiros, como Reino Unido, Áustria e Japão, proíbem a criação de animais – como os visons, por exemplo – para produção de pele. A demanda entre o público britânico e o norte-americano por alternativas veganas aumentou 258% só em 2019, segundo a empresa de dados do varejo Edited, citados pela Vogue Business.
Lobby de grandes designers
No Reino Unido, estilistas como Stella McCartney e Vivienne Westwood estão pressionando o governo para que o país se torne o primeiro do mundo a proibir a venda de pele animal. Para isso, assinaram uma carta direcionada ao primeiro-ministro, Boris Johnson, fazendo esse apelo. O governo britânico não se decidiu sobre o assunto até o momento, como informou a Harper’s Bazaar UK.
Colaborou Hebert Madeira