Agência Highsnobiety cria estúdio de NFTs para atender marcas de moda
A agência busca surfar na onda do metaverso, uma vez que grandes empresas querem explorar as possibilidades das novas tecnologias
atualizado
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A empresa alemã Highsnobiety, que começou como um blog de streetwear e se consolidou como uma agência catalisadora de tendências, mostra-se mais uma vez atenta aos caminhos da moda. David Fischer, fundador e executivo-chefe, anunciou a estruturação de estúdio para criar NFTs e empreendimentos com blockchain para empresas da indústria.
Vem entender mais!
Estilo, design, música e tênis são alguns dos segmentos no qual a Highsnobiety atua. Agora, com a novidade, a agência terá profissionais capacitados para trabalhar com “tudo o que tem a ver com as capacidades técnicas de executar um projeto de ponta a ponta, tanto para nós mesmos, mas também para nossos clientes”, como explicou David Fischer ao Business of Fashion. O estúdio ajudará as marcas a cunhar NFTs ou explicará como elas podem se conectam a uma carteira de criptomoedas.
O diretor disse ainda que o passo foi natural para a empresa, uma vez que há sinergia entre o streetwear e tecnologias como o NFT. Os clientes já vinham pedindo orientação à Highsnobiety para se lançarem nesses novos mercados. Apesar de Nova York, nos Estados Unidos, ser a nova cidade sede da empresa, o estúdio recém-criado ficará em Berlim, na Alemanha.
Na vanguarda
A Highsnobiety foi criada em 2005 para divulgar e contestar as tendências da moda, em especial no que tange o street style e à cultura de rua como movimento. Eles se apresentam como líderes do mercado: “Da proliferação do streetwear a sua infiltração no luxo, lideramos o ataque quando as fronteiras tradicionais caíram. Hoje, não falamos apenas sobre a cultura jovem, nós a moldamos”.
Com o sucesso do blog, vieram os convites para colaborações e ações de marketing. A partir daí, a Highsnobiety começou a se aproximar de um negócio mais parecido com uma agência do que de apenas um veículo. O texto descritivo do site oficial deixa essa nova missão bem clara: “As regras sobre o que desejamos e por que desejamos estão sendo reescritas diariamente. Descubra como você pode reescrevê-las conosco”.
A Highsnobiety acumulou, ao longo dos últimos anos, projetos com gigantes como Colette, New Era e Adidas. O tênis fruto da colaboração desta última marca com a Prada, por exemplo, foi vendido com exclusividade no site da agência alemã. Além disso, em 2018, lançaram um livro que era um verdadeiro guia sobre a moda e a cultura de rua.
NFTs x moda
Por conta pandemia de Covid-19, que forçou o fechamento de lojas e o cancelamento de desfiles e eventos de venda, as etiquetas e os designers precisaram se reinventar. Criação de e-commerce, lives para vendas de produtos e parcerias com jogos eletrônicos foram algumas das estratégias adotadas para captar novos clientes – e manter os antigos. Com o surgimento de obras de arte em NFTs, as marcas não demoraram para entender que ali poderia nascer um novo mercado.
Mas o que são NFTs? A sigla significa non-fungible token (token não fungível, em tradução livre) e designa arquivos digitais registrados em blockchain, tecnologia que serve como um selo não replicável – ou um selo de autenticidade. A marca Karl Lagerfeld lançou, em setembro de 2021, avatares do estilista alemão em NFT. Quem também ganhou versões de produtos com a tecnologia foi a Hermès. A grife francesa, porém, está processando os artistas Mason Rothschild e Eric Ramirez, criadores das reinterpretações.
A presença das marcas – não apenas as de moda – no metaverso e no desenvolvimento de NFTs ainda está engatinhando e, apesar da resistência dos “mais antigos”, parece uma estratégia promissora. Com gerações como a Z, que lida melhor com essas tecnologias, passando a ser os principais consumidores, o investimento atual pode ser revertido e render frutos.
Para outras dicas e novidades sobre o mundo da moda, siga @colunailcamariaestevao no Instagram. Até a próxima!
Colaborou Carina Benedetti