Adidas anuncia venda da Reebok para empresa dona da Forever 21
A Authentic Brands Group negociou a compra da subsidiária da marca esportiva alemã por até US$ 2,5 bilhões
atualizado
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A Adidas vendeu a Reebok para a Authentic Brands Group (ABG) em uma negociação que pode chegar a US$ 2,5 bilhões. Com o controle da nova empresa-mãe, a etiqueta continuará com as atuais operações e com a sede nos Estados Unidos. Segundo a Adidas, a decisão de vender a subsidiária veio de uma estratégia traçada para 2025, que promete fortalecer sua liderança na categoria de artigos esportivos.
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Novo dono
A aquisição da Reebok deve ser finalizada no primeiro trimestre de 2022. O acordo definitivo foi anunciado no último dia 12. Segundo o comunicado, a maior parte da venda será em dinheiro, no fechamento da transação, enquanto o restante se dará em “contraprestação diferida e contingente”. Os acionistas da Adidas deverão compartilhar a maior parte dos rendimentos em dinheiro.
A Adidas garante que a venda da Reebok não impactará nas finanças da marca neste ano nem na meta para 2025, parte da estratégia Own the Game, apresentada em março. O objetivo desse plano é aumentar vendas, lucratividade e participação de mercado. Mesmo após a venda, as operações na América do Norte, América Latina, Ásia-Pacífico, Europa e Rússia continuarão.
Fundado em 2010, o Authentic Brands Group comanda 30 marcas atualmente, incluindo Forever 21, Juicy Couture, Aéropostale e marcas que iniciaram processo de falência, como Barneys New York e Brooks Brothers. A revista Sports Illustrated também integra o grupo. Para Jamie Salter, fundador, presidente e CEO da ABG, poder levar o legado da Reebok adiante é uma honra.
“Este é um marco importante para a ABG, e estamos comprometidos em preservar a integridade, inovação e valores da Reebok – incluindo sua presença em tijolos e argamassa. Estamos ansiosos para trabalhar em estreita colaboração com a equipe da Reebok para construir o sucesso da marca”, comentou o executivo, em comunicado. Ao WWD, ele revelou ter interesse na marca há anos. A propósito, a ABG deve abrir o capital ainda em 2021.
Autonomia financeira
Tentando aumentar sua competitividade em relação à rival Nike, a Adidas comprou a Reebok, em 2006, por US$ 3,8 bilhões. Na época, as etiquetas CCM Hockey e Greg Norman foram adquiridas juntas, mas vendidas posteriormente por 400 milhões de euros. Após duas décadas em declínio, a marca voltou a ter bons resultados em 2018, com ajuda dos estilos retrô dos anos 1990, da moda athleisure e de colaborações com famosos, a exemplo de Cardi B e Victoria Beckham, e com a grife Maison Margiela.
No segundo trimestre, as vendas aumentaram 13% em comparação ao mesmo período de 2019 e 94% em relação a 2020. Ainda assim, a label não tem a competitividade da Nike e ou da própria Adidas. A empresa-mãe anunciou a venda em fevereiro, como parte de um “processo formal de desinvestimento na Reebok”, visando garantir seu sucesso futuro e equipe.
Sobre o recente acordo com a ABG, Rorsted acredita que “a marca Reebok estará bem posicionada para o sucesso de longo prazo”, como informou em comunicado. Agora, os esforços da Adidas serão “crescer em uma indústria atraente, ganhar participação de mercado e criar valor sustentável para todos os nossos acionistas”.
Segundo o The Guardian, a pressão de investidores motivou a decisão. “Parte do problema era a falta de clareza sobre o que a Adidas queria que a Reebok fosse. Como resultado, ela não era vista como a marca preferida pelos profissionais do esporte nem por quem buscava moda e estilo esportivo”, analisou Neil Saunders, diretor administrativo da consultoria GlobalData. Por outro lado, ele acredita que a ABG terá capacidade de transformá-la, como fez com a Aéropostale.
Origem da marca
Fundada em Bolton (Reino Unido), a Reebok oferece calçados, roupas e equipamentos voltados para os segmentos fitness e lifestyle. A empresa que deu origem à marca nasceu nos anos 1890, por iniciativa de Joseph William Foster, e foi fundada como Reebok em 1958, quando seus netos assumiram o controle. Atualmente sediada na cidade de Boston (Estados Unidos), a marca tem operação em 80 países, dos quais 70% são negócios próprios.
Colaborou Hebert Madeira