Acusada de trabalho escravo, Shein pode passar a produzir no Brasil
A fast fashion chinesa está à procura de parceiros locais para confecção de roupas no país. A marca é cercada de polêmicas
atualizado
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De olho no mercado brasileiro, a Shein, marca de fast fashion chinesa, está em processo de diálogo com parceiros locais no país para a produção de roupas. A marca é reconhecida pelo os preços baixos e variações nos modelos, no entanto, a empresa é questionada por mais transparência em seu processo de confecção.
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Segundo estimativas de um relatório do banco BTG Pactual, a empresa chinesa faturou mais de R$ 2 bilhões com o mercado brasileiro. A popularização, principalmente entre os jovens, fez com o fundador da Shein, Chris Xu (também conhecido como Yangtian Xu) desembarcasse no Brasil em dezembro de 2021.
De acordo com informações do site NeoFeed, o empresário se encontrou com alguns dos principais fornecedores de roupas do varejo brasileiro. Na viagem, ele procurou entender o funcionamento da cadeia de fornecimento de confecções das peças no país.
A passagem do líder da empresa em território nacional trouxe resultados, pois a marca assinou contratos de confidencialidade com dois fornecedores. As fontes ouvidas pelo site apontam que, neste momento, a Shein avalia se faz sentido produzir no Brasil.
Faturamento alto
O faturamento anual da Shein, em 2021, foi de US$ 16 bilhões em todo o mundo. Esse número representa mais da metade da receita de outra concorrente, a Inditex, responsável pela Zara.
No Brasil, os números também são impressionantes. O aplicativo da empresa foi o mais baixado no setor de moda, com R$ 23,8 milhões de downloads. É o que aponta relatório do Goldman Sachs.
O impacto das redes sociais
Uma das explicações para o sucesso da Shein está no forte apelo da marca com as redes sociais. Não é incomum encontrar perfis que compartilham as compras e experiências com a varejista.
Esse tipo de conteúdo é bastante utilizado pela empresa como uma forma de entender e mensurar quais peças devem ser produzidas em maior escala. Os preços baixos, variedade de opções e modelos e a garantia na entrega são um dos fatores que popularizaram o e-commerce.
Polêmicas
O tipo de modelo de negócio da Shein é cercado de polêmicas. A marca enfrenta suspeitas de trabalho análogo à escravidão e também acusações de plágio. Muitos consumidores pedem por mais transparência no processo de confecções das peças. Além disso, a marca é acusada de não divulgar dados.
A Shein afirma que “nunca usa trabalho infantil e forçado” nas produções das peças e que “faz campanhas contra práticas antiéticas”. No entanto, a empresa recebeu uma pontuação de 1, em um total de 100, no último Fashion Transparency Index, que classifica a transparência de dados de grandes marcas globais. Em comparação, a Zara recebeu 36, e a H&M, 68.
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Colaborou Luiz Maza