Valdemar faz as pazes com Bolsonaro e decide fazer mudanças no PL
Aliados de Valdemar e Bolsonaro dizem que episódio do elogio a Lula está “superado” e que presidente do PL fará mudanças em sua comunicação
atualizado
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Criticado por Jair Bolsonaro em razão dos elogios que fez a Lula em uma entrevista, o presidente do PL, Valdemar Costa Neto, conversou com o ex-presidente da República para acertar os ponteiros.
De acordo com aliados, os dois se falaram nas últimas horas e se acertaram. “Episódio superado”, afirmou à coluna um influente interlocutor em comum entre Valdemar e Bolsonaro.
Após a conversa, o presidente do PL decidiu fazer mudanças tanto na comunicação do partido, quanto em sua comunicação pessoal, ambas alvos de críticas da ala bolsonarista da sigla.
Nos bastidores, bolsonaristas cobram uma presença mais ativa de Duda Lima, marqueteiro do PL e homem de confiança de Valdemar — os dois se conhecem de Mogi das Cruzes (SP).
Nos últimos meses, Duda Lima tem focado suas atenções na pré-campanha à reeleição do atual prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), na qual entrou por indicação de Valdemar.
“Valdemar vai mexer na comunicação do partido e dele para evitar esse único ponto de turbulência”, afirmou à coluna um aliado do cacique partidário.
Resposta às redes
Como noticiou a coluna, Valdemar procurou parlamentares aliados de Bolsonaro na segunda-feira (15/1) para medir os estragos de seu elogio a Lula perante o bolsonarismo.
O presidente nacional do PL conversou por telefone com ao menos dois parlamentares da ala bolsonarista da sigla: o senador Magno Malta e o deputado federal Sóstenes Cavalcante.
Segundo apurou a coluna, ambos avaliaram que o dirigente do PL não errou propositadamente, mas, sim, em razão do “histórico” da legenda de ser governista em gestões do PT.
Os parlamentares também minimizaram a reação de Bolsonaro, que, em conversas com apoiadores, chegou a falar na possibilidade de “implosão” do PL em razão de “declarações absurdas”.
A Valdemar, Sóstenes e Magno Malta avaliaram que a fala do ex-presidente da República seria mais uma resposta à militância do que irritação propriamente dita com o cacique.
Nesse cenário, o presidente do PL foi aconselhado por parlamentares bolsonaristas a submergir nos próximos dias, para que o assunto seja esquecido e a crise arrefeça.