Treta no Paraná expõe isolamento de Sergio Moro no União Brasil
Após derrota nas eleições municipais e divergências internas, integrantes do União Brasil avaliam que não há espaço para Moro na sigla
atualizado
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Após derrota nas eleições municipais e das divergências internas dentro do União Brasil do Paraná, integrantes do partido avaliam que que não há mais “espaço” para o senador Sérgio Moro na legenda.
Interlocutores da legenda no Paraná disseram à coluna que não há “clima” para que o ex-ministro de Jair Bolsonaro permaneça na sigla. E cogitam ainda a possibilidade do senador deixar a sigla nos próximos por meses.
A avaliação é que Moro “não será protagonista” do União Brasil no Paraná. Segundo apurou a coluna, as tretas envolvendo o senador e integrantes do partido começaram nas eleições de 2022 por causa do fundo partidário.
Desde então, Moro tem tido algumas divergências com os colegas de União Brasil, mas as brigas se intensificaram mais no pleito municipal deste ano, com a derrota do candidato do partido à Prefeitura de Curitiba, Ney Leprevost.
A esposa do senador, deputada Rosangela Moro (UNIÃO-PR), foi vice de Leprevost, que terminou a corrida eleitoral em 4º lugar, com 6,4% dos votos.
Briga por Curitiba
Leprevost, que ficou de fora até mesmo do segundo turno em Curitiba, responsabiliza Moro por sua derrota. O deputado estadual diz que o ex-juiz tem rejeição muita alta na capital paranense e também no interior do estado.
O ex-ministro, segundo o ex-candidato, também atrapalhou e desgastou bastante a campanha por causa “de sua vaidade” de querer, por exemplo, aparecer no horário eleitoral.
“Traiu sua querida esposa colocando- a, através da direção nacional do partido, como candidata a vice na minha chapa e abandonando a campanha dez dias antes da eleição por não ter sido satisfeita a sua vaidade de aparecer diversas vezes no programa eleitoral de televisão”, diz Ney Leprevost.
Na avaliação da campanha de Leprevost, Moro teve que parar de aparecer no programa eleitoral porque a reação das pesquisas era negativa pós aparição do senador.
O senador rebateu o ex-aliado em publicação nas redes sociais. Moro disse que Leprevost “quer transferir a responsabilidade pelo fracasso de sua candidatura a prefeito a terceiros”.
“A verdade é uma só: convidou e insistiu para que Rosângela fosse sua vice. Após um pedido da direção nacional do partido, entramos para ajudar, o que estancou a queda do candidato nas pesquisas. Mas não conseguimos prosseguir, pois nem eu, nem minha esposa ou o União Brasil nacional pudemos influenciar na campanha”, escreveu o senador.
O que pensa a direção nacional do partido
Apesar da rejeição alta de Moro na sigla no Paraná —para se ter ideia, o senador é aliado de apenas um entre os doze deputados estaduais e federais da sigla — caciques do União podem interferir em uma possível saída do ex-ministro.
À coluna, o presidente do União Brasil, Antonio Rueda, disse que desconhece as divergências envolvendo o senador e reiterou que o Moro é um quadro importante na legenda.