Membros do grupo de Desenvolvimento Regional da equipe de transição de Lula apontam que o déficit no Orçamento da União atinge até a estatal favorita do Centrão: a Codevasf (Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba).

De acordo com o deputado distrital Leandro Grass (PV-DF), um dos membros do grupo temático, foram identificadas ao menos 26 ações estruturais tocadas pela estatal que não teriam o dinheiro necessário para serem executadas.

O problema é que a maior parte do orçamento da estatal vem das emendas parlamentares, em especial das emendas de relator, base do chamado orçamento secreto. Só que elas são utilizadas em projetos menores, como compra de tratores.

Nas emendas, quem decide o destino do dinheiro são os deputados federais e senadores, que preferem atender prefeituras aliadas. Nesse caso, os recursos não necessariamente vão para obras consideradas essenciais pela transição de governo.

De acordo com Grass, o relatório do grupo temático deverá indicar a necessidade de recomposição orçamentária para que as obras prioritárias da Codevasf sejam atendidas. Só que a solução terá de vir das negociações políticas com o Centrão.