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“Terceirização é prima-irmã do trabalho escravo”, diz ministro de Lula

Ministro do Trabalho, Luiz Marinho, disse à coluna que ampliação da terceirização ajudou a aumentar trabalho análogo à escravidão no Brasil

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O ministro do Trabalho, Luiz Marinho, em entrevista ao Metrópoles
1 de 1 O ministro do Trabalho, Luiz Marinho, em entrevista ao Metrópoles - Foto: Reprodução/YouTube

Em entrevista à coluna nesta sexta-feira (24/3), o ministro do Trabalho, Luiz Marinho (PT), avaliou que a ampliação da terceirização aprovada pela reforma trabalhista de 2017 é um dos fatores responsáveis pelo aumento dos casos de trabalho análogo à escravidão no Brasil.

“A terceirização é prima-irmã do trabalho escravo. Cresceu muito (o trabalho análogo ao escravo), um crescimento preocupante”, afirmou Marinho.

Apesar da crítica, o ministro evitou falar em “revogação” da nova lei da terceirização e de outros pontos da reforma trabalhista patrocinada pelo governo Michel Temer, como petistas defendiam na campanha eleitoral de 2022. Segundo ele, o governo Lula pretende ser o mediador do debate.

Marinho ressaltou que vem cobrando celeridade na elaboração de um projeto em comum acordo entre as centrais sindicais e o patronato, para que a proposta possa ser encaminhada ao Congresso Nacional.

“Eu venho cobrando, quase toda semana, as sindicais. Quase três meses se passaram. Não temos mais quatro anos (de governo). Precisamos acelerar esse processo de entendimento. A meta das próprias sindicais é consolidar essa conversa no primeiro semestre”, contou.

Trabalho análogo ao escravo

Na entrevista, Marinho contou que mais de 920 pessoas foram resgatadas de condições análogas à escravidão desde o início de 2023. “Mais importante do que resgatar as pessoas é evitar que elas sejam escravizadas”, afirmou o ministro do Trabalho à coluna.

Marinho anunciou que o ministério planeja um monitoramento de trabalhadores contratados a cada safra de grãos. O primeiro acordo deve ser fechado com produtores de café. O ministro, porém, pediu para empresários não se assustarem com as fiscalizações.

“Não vim aqui com um chicote na mão para castigar as empresas. Nós queremos chamar a atenção das empresas para elas assumirem a responsabilidade com os trabalhadores”, afirmou.

Assista à entrevista na íntegra:

 

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