Tebet pode ter que ir à Câmara explicar empréstimo à Argentina
Deputada Bia Kicis (PL-DF) pediu convocação da ministra Simone Tebet em comissão da Câmara para explicar empréstimo à Argentina
atualizado
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A ministra do Planejamento, Simone Tebet, pode ter de ir à Câmara dos Deputados explicar, novamente, o empréstimo de US$ 1 bilhão feito pela Comunidade Andina de Fomento (CAF) à Argentina com apoio do Brasil.
Nesta quinta-feira (5/10), a deputada Bia Kicis (PL-DF) protocolou um pedido de convocação da ministra na Comissão de Finanças e Tributação para explicar a posição brasileira ante o empréstimo.
O empréstimo virou polêmica após matéria do jornal O Estado de S. Paulo apontar que Lula teria interferido para liberar o empréstimo, com intuito de ajudar Sergio Massa, candidato peronista à Presidência da Argentina.
Segundo a reportagem, integrantes do Palácio do Planalto teriam conversado com Simone Tebet pedindo para facilitar o empréstimo ao governo de Alberto Fernandez.
“É preciso contextualizar o momento em que se deu a operação, que pode parecer trivial dentro das relações econômicas internacionais. A Argentina está a menos de 1 mês de concluir o processo eleitoral que definirá o próximo Presidente da República. Ademais, o candidato do governo Albert Fernandez, que enfrenta severa crise econômica, é o atual Ministro da Fazenda Sergio Massa, que seria diretamente beneficiado no pleito, uma vez que tal empréstimo foi utilizado para viabilizar US$ 7,5 bilhões junto ao Fundo Monetário Internacional”, diz Kicis.
Tebet já falou sobre empréstimo na Câmara
Antes do pedido de convocação, Tebet já tinha falado sobre o assunto durante audiência pública na Comissão Mista de Orçamento do Congresso, na quarta-feira (4/10).
Indagada por parlamentares da oposição, a ministra do Planejamento negou que Lula tenha lhe telefonado pedindo qualquer movimentação sobre o empréstimo.
“Não é que eu não fui consultada. Eu que não consultei o presidente Lula. O presidente Lula não me ligou, não entrou em contato comigo”, disse Tebet.
O governo Lula, por sua vez, também negou que interferiu para facilitar o empréstimo, aprovada em 28 de julho pela diretoria do banco. A Argentina conseguiu 19 dos 21 votos possível pela aprovação do pedido.