TCU abre sindicância para apurar quem passou dado errado a Bolsonaro
Há uma “suspeita” de que um funcionário do tribunal teria repassado as informações distorcidas citadas pelo presidente da República
atualizado
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A presidência do Tribunal de Contas da União (TCU) abriu uma sindicância interna para apurar se algum servidor da Corte teria distorcido informações de documentos oficiais do órgão e as repassado para o presidente Jair Bolsonaro.
Segundo apurou a coluna com fontes do TCU, há uma “suspeita” de que um funcionário do tribunal teria repassado ao Palácio do Planalto dados distorcidos de documentos da Corte que abordavam a possibilidade de supernotificação de casos de Covid-19 no Brasil.
Em conversa com apoiadores na segunda-feira (7/6), Bolsonaro afirmou, erroneamente, que estava divulgando “em primeira mão” um suposto relatório do TCU que apontaria um número menor de mortos pelo novo coronavírus do que o divulgado pelos estados.
No mesmo dia, o tribunal emitiu uma nota esclarecendo que não há informações em relatórios da Corte que apontem que “em torno de 50% dos óbitos por Covid no ano passado não foram por Covid”, como afirmou Bolsonaro aos apoiadores.
Nesta terça-feira (8/6), o presidente admitiu o erro. Disse que ele próprio teria produzido uma “tabela”, com base em “acórdãos” do TCU que alertaram sobre o risco de exagero nas notificações de mortes, para que estados recebessem mais recursos para o combate à pandemia.
Um dos acórdãos citados por Bolsonaro, porém, apenas diz que usar a incidência de Covid-19 como critério para transferência de recursos “pode incentivar a supernotificação do número de casos da doença”. O documento, no entanto, não diz se isso chegou a acontecer.