O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), tem se queixado, nos bastidores, de algumas atitudes de seu secretário de Governo e Relações Institucionais, Gilberto Kassab (PSD).

Uma das queixas é em relação à ofensiva de Kassab para filiar prefeitos paulistas ao PSD. A legenda encerrou a janela partidária de abril com mais de 300 prefeitos, quase metade das 645 cidades do estado.

Segundo interlocutores, Tarcísio avalia que a ofensiva de Kassab, que é o presidente nacional do PSD, deixou sequelas que afetarão a possibilidade de construir alianças para as eleições de 2024 e de 2026.

A articulação irritou outros partidos de centro e até Jair Bolsonaro, que estava empenhado em levar prefeitos de cidades paulistas para o PL, partido ao qual o ex-presidente é filiado.

Gestos a Bolsonaro

De acordo com relatos, o governador defende que Kassab precisa fazer gestos a Bolsonaro para tentar distensionar a relação entre os dois — o ex-presidente vê o secretário de Tarcísio como desafeto político.

Um dos gestos, na avaliação de Tarcísio, seria o PSD de Kassab desistir da ação por meio da qual o partido tenta cassar o mandato do senador bolsonarista Jorge Seif (PL-SC).

A ação foi protocolada pela coligação liderada pelo PSD e que teve o ex-governador Raimundo Colombo como adversário de Seif na disputa de 2022 ao Senado. Colombo acabou o pleito em quarto lugar.