Senadores contrariam Haddad e preveem sabatina do BC só após eleições
Senadores dizem não haver ambiente político para realizar a sabatina do indicado de Lula ao Banco Central em setembro, como Haddad quer
atualizado
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Lideranças do Senado fizeram chegar ao governo que não haveria hoje clima político para realizar a sabatina do indicado de Lula para a presidência do Banco Central no início de setembro, como deseja o ministro da Fazenda, Fernando Haddad.
Senadores importantes, inclusive alguns de partidos da base aliada, apontam que o governo Lula precisa melhorar a relação com o Congresso Nacional e preveem que a sabatina do indicado ao BC deve ficar para depois das eleições municipais.
Nos últimos dias, integrantes do governo passaram a negociar com o Senado para que a sabatina do futuro presidente do BC ocorra antes da próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), marcada para os dias 17 e 18 de setembro.
A ideia de integrantes do governo Lula seria aproveitar a semana de esforço concentrado, quando senadores estarão trabalhando presencialmente em Brasília — no Senado, ela está prevista para ocorrer na primeira semana de setembro.
Lideranças do Senado, entretanto, afirmam não haver clima político para a sabatina em meio à indefinição sobre o futuro das emendas parlamentares e a atritos na votação do projeto que anula partes do decreto sobre armas do governo Lula.
O próprio presidente da Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado, colegiado em que ocorrerá a sabatina do indicado de Lula ao Banco Central, aponta a dificuldade enfrentada pelo governo Lula hoje na Casa.
“Não vejo ambiente para sabatina nesse período. O governo está ruim de diálogo, não cumpre acordos”, afirmou o senenador Vanderlan Cardoso (PP-GO), presidente da CAE.
A interlocutores, o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), também tem dito achar difícil realizar a sabatina do indicado de Lula para o comando do Banco Central antes das eleições municipais de outubro.
A opinião é compartilhada por senadores próximos a Pacheco. “Não será nessa correria que o Haddad quer”, afirmou um parlamentar à coluna, pedindo reserva. “Acho que antes das eleições sem chance”, completa outro senador.
Hoje o favorito para ser indicado por Lula como sucessor de Roberto Campos Neto na presidência do BC é Gabriel Galípolo, atual diretor de Polícia Monetária da instituição. O mandato de Campos Neto acaba em 31 de dezembro de 2024.