Saída de secretário dificulta ponte do governo com bancada ruralista
Parlamentares avaliam que saída do secretário de Política Agrícola dificultará interlocução do Ministério Agricultura com bancada ruralista
atualizado
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A saída do secretário de Política Agrícola do Ministério Agricultura, Neri Geller, em meio aos problemas com leilão do arroz, dificultará ainda mais a interlocução da pasta com a poderosa Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA).
Filiado ao PP do atual presidente da Câmara, Arthur Lira (AL), Geller havia se transformado em um das principais interlocutores do Ministério da Agricultura com deputados federais da bancada ruralista.
Ruralistas admitem, porém, que a saída de Geller não tinha como ser evitada. Ele deixará o posto em meio a suspeita de conflito de interesse, após empresas de um ex-assessor dele intermediarem a compra de arroz no leilão.
“Essa empresa não está operando, não participou do leilão, não há fato que desabone ou gere qualquer tipo de suspeita, mas gerou transtorno e ele colocou o cargo à disposição. E eu aceitei. Ele pediu demissão e eu aceitei”, disse o ministro da Agricultura, Carlos Fávaro (PSD), na terça-feira (11/6).
Fávaro assume ponte
Com Geller fora do ministério, sobrará para Fávaro voltar a concentrar a interlocução. Parte da cúpula da FPA advinda da Câmara, porém, tem resistência em conversar com o atual ministro, que é oriundo do Senado.
Parlamentares da bancada da agropecuária já falam, inclusive, em convocar Fávaro para dar explicações sobre a crise gerada pelas denúncias sobre o leilão do arroz.
O presidente da comissão de Agricultura da Câmara, Evair Vieira de Melo (PP-ES), é vice-líder da oposição. Nos bastidores, deputados falam que ele deu sinal verde no início da pressão sobre o ministro da Agricultura.