Ex-Rota que ajuda Boulos tenta se diferenciar do vice de Nunes
Ex-chefe da Rota que fará plano de governo de Boulos tenta demarcar diferença em relação ao ex-chefe da Rota que será vice de Ricardo Nunes
atualizado
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Com a segurança pública entre as principais preocupações dos eleitores paulistanos, tanto Guilherme Boulos (PSol) quanto o atual prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), escolheram ex-comandantes da Rota, grupo especial da Polícia Militar conhecido por ações truculentas, para integrar suas campanhas.
De um lado, Nunes anunciou o coronel bolsonarista Mello Araújo (PL), que comandou a tropa de 2017 a 2019, para ser seu vice na chapa. Já Boulos escolheu o coronel Alexandre Gasparian, que chefiou a Rota por sete meses em 2015, para coordenar seu plano de governo na área da segurança pública, como revelou o Metrópoles.
O ex-comandante da Rota de Boulos, no entanto, vem atuando para demarcar diferença entre a sua visão e a do futuro vice de Nunes. Enquanto Mello Araújo é conhecido por defender uma postura mais firme no enfrentamento à violência, Gasparian se vende como um policial de perfil mais legalista.
À coluna, o ex-chefe da Rota que está auxiliando o pré-candidato do PSol defende que a polícia precisa respeitar o cidadão e os direitos humanos. Para Garparian, uma política de segurança séria e sem demagogia “não pode dar carta branca para a violência indiscriminada”.
“É possível ter um efetivo policial que respeite o cidadão e os direitos humanos. Uma política de segurança séria, sem demagogia, não pode dar carta branca para a violência indiscriminada. A população precisa ser vista como parceira, não inimiga. Vamos trabalhar com essa filosofia para que a GCM (Guarda Civil Metropolitana) paulistana seja um exemplo para o resto do país”, disse o policial.
A declaração de Gasparian é uma tentativa de se contrapor a uma entrevista dada pelo futuro vice de Nunes em 2017. Na ocasião, Mello Araújo defendeu que a forma de abordagem nos Jardins, bairro nobre de São Paulo, deveria ser diferente da realizada com moradores da periferia da capital.
Integrantes da campanha de Boulos lembram que durante a gestão de Gasparian à frente da Rota, 16 policiais militares do grupo foram presos por cometerem execuções de suspeitos. Além deles, um PM da área administrativa do batalhão foi acusado de participar de uma chacina.