Resistência ao PP e demora de Bolsonaro levam bolsonaristas a negociar plano B
Deputados aliados do presidente estão sendo cobrados nos estados para definirem logo por qual sigla disputarão as eleições de 2022
atualizado
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Resistências ao Progressistas e a demora de Jair Bolsonaro em definir o futuro partidário para as eleições de 2022 já levam deputados federais da ala bolsonarista do PSL a abrirem negociações independentes para se filiar a outras legendas.
Parlamentares ouvidos pela coluna explicam que, embora Bolsonaro já admita negociação com o Progressistas, nem todos querem acompanhar o presidente por não concordar com a filiação à legenda comandada pelo novo ministro da Casa Civil, Ciro Nogueira.
Essa resistência se deve sobretudo a questões políticas regionais. O argumento dos parlamentares é de que, como o PP já tem estrutura consolidada, pode não haver espaço para os deputados bolsonaristas na estrutura partidária nos estados.
É o caso, por exemplo, do deputado federal Filipe Barros (PSL-PR), relator da PEC do voto impresso na Câmara dos Deputados. No Paraná, o PP já é comandado pela família do atual líder do governo na Câmara, Ricardo Barros (PP-PR).
Em outros casos, bolsonaristas do PSL dizem já avaliar um plano B para filiação, com o argumento de que a demora do presidente da República em definir o futuro partidário impede que os aliados comecem a se articular nos estados para 2022.
Como a coluna revelou na semana passada, deputados bolsonaristas do PSL dizem estar sendo muito cobrados por aliados regionais a definirem logo o partido por qual disputarão o pleito do próximo ano, para que possam articular as alianças nos estados.
Parlamentares aliados a Bolsonaro dizem que, embora defenda que o grupo político siga unido para a mesma legenda, o presidente entenderia o peso das questões regionais para filiação partidária e não reclamaria caso aliados entrem em outras siglas.