Relator usa indicação de Dino para amarrar seu futuro político em 2026
Relator da indicação de Flávio Dino no Senado, Weverton Rocha (PDT) quer garantir o apoio do ministro a sua reeleição como senador em 2026
atualizado
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Presidente da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP) não escolheu por acaso o senador Weverton Rocha (PDT-MA) para ser o relator da indicação de Flávio Dino no colegiado.
Com a escolha, Alcolumbre ajuda muito mais o próprio relator, de quem é aliado de primeira hora, do que o indicado de Lula ao STF, com quem o senador amapaense mantém apenas uma relação protocolar.
Com a ajuda de Alcolumbre, Weverton vem tentando usar a relatoria para amarrar seu destino eleitoral em 2026, quando terá de renovar seu mandato de senador pelo Maranhão, reduto político dele e de Dino.
Segundo aliados, em troca de ajudar a aprovar a indicação ao STF, Weverton quer o apoio de Dino a sua reeleição ao Senado em 2026, disputa que estará engarrafada de candidatos no campo da centro-esquerda.
Disputa engarrafada em 2026
No Maranhão, há hoje pelo menos três pré-candidatos ao Senado para apenas duas vagas em disputa: Weverton, a senadora Eliziane Gama (PSD-MA) e o atual governador, Carlos Brandão (PSB), que não poderá tentar reeleição.
Eliziane e Brandão são mais próximos de Dino que Weverton. Por esse motivo, ambos seriam, em tese, os candidatos preferidos a serem apoiados em 2026 pelo grupo político do futuro ministro do Supremo.
Weverton e Dino eram aliados no Maranhão até 2022, mas romperam nas eleições daquele ano. Naquele pleito, o senador do PDT concorreu ao governo com apoio de bolsonaristas. Já Dino apoiou Brandão, que saiu vitorioso.
Antes de Lula anunciar sua indicação ao STF, aliados em comum já vinham tentando reaproximar Dino e Weverton. A escolha de Weverton como relator, porém, selou de vez a reaproximação.