A Rede Sustentabilidade, partido da ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, protocolou nesta terça-feira (11/6), no Conselho de Ética da Câmara, um pedido de cassação do deputado bolsonarista Gustavo Gayer (PL-GO).

A representação foi protocolada pelo deputado Túlio Gadêlha (Rede-PE) junto de seu partido. Eles alegam que Gayer cometeu crime de racismo ao comparar o nordestinos a “galinhas” durante evento na Bahia no final de maio.

“A declaração do deputado federal Gustavo Gayer é grave e atenta contra a ordem jurídica, na modalidade criminal do racismo, como definido no art. 20 da lei nº7.716/89, que define os crimes resultantes de preconceito de raça ou de cor: Art. 20. Praticar, induzir ou incitar a discriminação ou preconceito de raça, cor, etnia, religião ou procedência nacional. (Redação dada pela Lei nº 9.459, de 15/05/97)”, diz a representação da Rede.

O pedido de cassação de Gayer foi protocolado em meio à tentativa do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), de acalmar os ânimos entre oposição e governistas na Casa, após uma semana turbulenta.

Como mostrou a coluna, bolsonaristas como o deputado Zé Trovão (PL-SC) e Nikolas Ferreira (PL-MG) quase trocaram socos com André Janones (Avante-MG) após reunião do Conselho de Ética na semana passada.

Além disso, uma briga na Comissão de Direitos Humanos da Casa causou um mal-estar na deputada Luiza Erundina (PSol-SP), que chegou a ser hospitalizada. Após isso, Lira avisou líderes que discutiria medidas para conter as brigas.

Declaração de Gayer

A declaração de Gayer contra nordestinos foi dada quando o deputado bolsonarista contava uma parábola sobre o Josef Stalin, ex-primeiro-ministro da União Soviética.

Segundo a parábola, Stalin teria depenado uma galinha, mas ganhou a confiança da ave após dar migalhas para ela. O deputado, então, afirmou esse seria o movimento que a esquerda faz com o Brasil.

“Estão dando migalhas para uma população cada vez mais depenada”, disse o deputado ao se referir aos nordestinos.

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