PT nunca entregou comando da Caixa para o Centrão em outros governos
Ao longo dos mandatos de Lula e de Dilma Rousseff, presidente da Caixa sempre foi nome de confiança dos presidentes e do PT
atualizado
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Cobiçada pelo Centrão no terceiro mandato de Lula, a presidência da Caixa Econômica Federal jamais foi entregue pelo PT a indicados do grupo durante os governos petistas anteriores.
Ao longo dos oito anos do primeiro governo Lula e dos seis anos de Dilma Rousseff, todos os comandantes do banco público foram figuras próximas aos presidentes da República ou ao próprio PT.
O primeiro presidente da Caixa em um mandato petista foi o economista Jorge Mattoso, nome próximo à cúpula petista. Ele chegou a integrar a equipe de Marta Suplicy na Prefeitura de São Paulo.
No segundo mandato de Lula, a presidente do banco público foi Maria Fernanda Coelho. Hoje, ela é a número 2 da Secretaria-Geral da Presidência, comandada pelo ministro petista Marcio Macêdo.
No primeiro governo Dilma, o chefe da Caixa foi Jorge Hereda. Ele tinha sido secretário de Habitação do Ministério das Cidades no primeiro mandato de Lula e chegou a ser secretário de Rui Costa na Bahia.
Já Miriam Belchior, que comandou a Caixa entre 2015 e 2016, é filiada ao PT. Antes de ir para o banco, ela foi ministra do Planejamento de Dilma. Hoje, ela é secretária-executiva da Casa Civil.
“Em nossos governos, nunca a presidência da Caixa foi negociada. A composição sempre se deu nas VPs (vice-presidências)”, destacou à coluna um influente petista que integra o governo Lula.
Centrão de olho na Caixa
Como noticiou a coluna, o PP deve sugerir o nome da ex-deputada Margarete Coelho (PP-PI) para presidir a Caixa. Ela é próxima dos presidentes da Câmara, Arthur Lira, e do PP, senador Ciro Nogueira.
Ao indicar uma mulher para a chefia do banco público, o PP tenta vencer a resistência que Lula tem hoje de entregar o comando da instituição financeira ao Centrão.
Até então, o nome principal do PP para a chefia da Caixa era o do ex-ministro Gilberto Occhi, que já chegou a comandar o banco público durante o governo Michel Temer.