Provável secretária da Covid é contra tratamento precoce obrigatório
O nome da médica Rosana Leite de Melo foi enviado pelo ministro Marcelo Queiroga ao Palácio do Planalto. A nomeação ainda não foi publicada
atualizado
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Provável substituta da infectologista Luana Araújo na Secretaria de Enfrentamento à Covid-19 do Ministério da Saúde, a cirurgiã de cabeça e pescoço Rosana Leite de Melo já deu declarações colocando em xeque a efetividade do lockdown e se posicionou contra o protocolo obrigatório de tratamento precoce.
Essa última posição foi expressada pela médica em carta enviada, no início de julho de 2020, ao corpo clínico do Hospital Regional de Mato Grosso do Sul, unidade referência no tratamento contra o coronavírus no estado da qual Rosana atua com diretora-presidente desde novembro de 2019.
“Não instituiremos protocolos obrigatórios e sim respeitaremos os princípios bioéticos da autonomia, beneficência e não maleficência e da justiça”, escreveu a cirurgiã, reforçando que os médicos do hospital teriam liberdade para receitar medicamentos do chamado tratamento precoce, como a cloroquina.
Em entrevistas à imprensa do estado, a médica defendeu medidas de isolamento social, mas disse “não acreditar que o lockdown seria tão eficiente”. “Culturalmente falando, lockdown não ia funcionar no nosso país”, afirmou ao site Campo Grande News, em agosto de 2020.
Antes de assumir o comando do hospital, Rosana trabalhou no Ministério da Educação de 2017 a 2019, durante o governo Michel Temer, quando desempenhou a função de coordenadora geral de Residências em Saúde. Desde 2014, ela é professora efetiva da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS).
Nesta terça-feira (15/6), a UFMS publicou portaria cedendo Rosana para o cargo de secretária de Enfrentamento à Covid-19 do Ministério da Saúde. O nome dela já foi enviado pelo ministro Marcelo Queiroga ao Palácio do Planalto, mas a nomeação ainda não foi publicada no Diário Oficial da União.