Por que Lula não quis usar a GLO no dia das invasões golpistas
Lula recusou sugestão de alguns de seus ministros de adotar a GLO como resposta às invasões golpistas em Brasília, no domingo (8/1)
atualizado
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O presidente Lula recusou a sugestão de auxiliares para adotar a Garantia da Lei e da Ordem (GLO) como reação às invasões golpistas em Brasília no domingo (8/1).
O instrumento serve para que qualquer um dos chefes dos três Poderes convoque as Forças Armadas para conter situações incontroláveis de perturbação da ordem pública.
Um dos ministros que sugeriu a Lula adotar a GLO foi o titular da Defesa, José Múcio, justamente a quem os comandantes das Forças Armadas respondem diretamente.
Segundo interlocutores, o presidente da República recusou a sugestão por temer que os militares, ao invés de conterem o caos, ajudassem os invasores a darem um “golpe de estado”.
Entre ministros que dão expediente no Palácio do Planalto, a avaliação é de que os terroristas estavam convictos de que conseguiriam dar um golpe para apear Lula do poder.
Um dos indícios dessa convicção, observam, seria o fato de que a maioria estava com rosto descoberto durante os atos. “Estavam certos de que dariam o golpe e sairiam impunes”, diz um ministro.
Após rejeitar a GLO, Lula avaliou intervenção federal no Distrito Federal, para afastar o governo local. Acabou optando apenas por intervir na área da segurança pública.
Vídeos divulgados pelo Metrópoles após os atos também revelaram complacência e até tentativas de proteção dos golpistas por parte de militares do Exército e do GSI.