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Por que Haddad arrisca com fim da desoneração sobre combustíveis

Aliados de Fernando Haddad apostam que preço dos combustíveis deve aumentar pouco no Brasil com queda do barril internacional de petróleo

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Futuro Ministro da Fazenda do governo Lula, Fernando Haddad, fala com jornalistas em coletiva de imprensa no CCBB - metrópoles
1 de 1 Futuro Ministro da Fazenda do governo Lula, Fernando Haddad, fala com jornalistas em coletiva de imprensa no CCBB - metrópoles - Foto: Breno Esaki/Especial Metrópoles

A equipe de Fernando Haddad tem minimizado a possibilidade de desgaste na imagem do futuro ministro da Fazenda e do governo Lula em razão da provável alta no preço dos combustíveis a partir de janeiro de 2023.

Haddad negociou com o atual ministro da Economia, Paulo Guedes, o fim da isenção do PIS e COFINS para os combustíveis fósseis a partir de janeiro, o que deve provocar um aumento nos valores da gasolina e do diesel nas bombas.

Aliados de Haddad preveem, porém, que a alta de preços dos combustíveis no Brasil ficará abaixo do esperado pelo mercado. A previsão se baseia em uma aposta de queda no preço internacional do barril de petróleo.

Existia, até semanas atrás, uma previsão de queda na demanda mundial pelo produto, baseada principalmente na possibilidade de aumento dos juros. Hoje, o preço do barril de petróleo gira em torno de US$ 8O.

A diminuição dos valores de combustíveis fósseis projetada pela equipe de Haddad, contudo, não deve se concretizar, segundo economistas ouvidos pela coluna. Eles afirmam que a hipótese de queda nos preços dos produtos já está defasada.

Cenário externo

Os economistas lembram que o cenário externo tem apresentado quadros pessimistas para o preço do petróleo. Do lado da demanda, citam, por exemplo, a a reabertura da economia chinesa após quase três anos de lockdown, por causa da Covid-19.

A previsão é de que esse cenário deve levar a um aumento expressivo no consumo de combustíveis. A demanda chinesa pelo produto, antes da pandemia do novo coronavírus, chegava a um milhão de barris de petróleo por dia.

O inverno europeu também deve elevar a demanda, sobretudo com a manutenção do fechamento do mercado russo no fornecimento de gás natural para o continente. A esperança de compensação de oferta de combustível por parte da Arábia Saudita também minguou.

Diante dessa conjuntura, a previsão dos economistas é que o preço do petróleo volte a bater, no mínimo, os US$ 90 dólares, em janeiro de 2023.

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