Por que Bolsonaro antecipou saída de André Mendonça da AGU
Mudança tem a ver com voto impresso, principal bandeira do presidente, e com articulação para aprovar indicação de Mendonça ao STF
atualizado
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O presidente Jair Bolsonaro decidiu antecipar a troca no comando da Advocacia-Geral da União (AGU) para que o atual titular do ministério, André Mendonça, tenha mais tempo para buscar apoio no Senado com o objetivo de aprovar sua indicação ao Supremo Tribunal Federal (STF).
Também pesou na decisão do chefe do Palácio do Planalto o desejo de que o comando da AGU esteja mais ativo e focado para ajudar o governo na defesa de processos e nas articulações relacionadas ao voto impresso auditável, principal bandeira de Bolsonaro no momento.
A coluna apurou que o presidente colocou essas questões na conversa que teve com Mendonça na manhã desta quinta-feira (5/8), no Palácio do Planalto. Segundo fontes do governo, o indicado para o Supremo teria concordado com os argumentos do chefe.
O substituto de Mendonça na AGU será o procurador federal Bruno Bianco, conforme Bolsonaro confirmou na tarde desta quinta-feira (5/8), pelo Twitter. Como a coluna antecipou mais cedo, a troca deve ser publicada no Diário Oficial da União (DOU) já nesta sexta-feira (6/8).
Com isso, Mendonça deixará o comando do ministério antes mesmo de o Senado aprovar sua indicação para o Supremo – a votação ainda não foi sequer marcada. Até agora, o ministro conversou com pouco mais de 60 dos 81 parlamentares do Senado.
Desde que foi oficialmente indicado para o STF, em 13 de julho, Mendonça vinha pedindo voto aos senadores, enquanto permanecia como titular da AGU. O máximo que fez foi tirar férias do ministério por alguns dias. Agora, ele deve seguir no órgão, do qual é funcionário de carreira, mas fora do comando.