Planalto também prevê dificuldades para indicação de Gleisi ao TCU
Ministros do Planalto também avaliam que a eventual indicação de Gleisi Hoffmann para o TCU teria dificuldades para ser aprovada na Câmara
atualizado
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Assim como caciques do Centrão, ministros do Palácio do Planalto também preveem que a eventual indicação da presidente do PT, Gleisi Hoffmann, para o Tribunal de Contas da União (TCU) enfrentaria dificuldades para ser aprovada pela Câmara dos Deputados.
Como a coluna noticiou ainda na semana passada, o PT negociou a indicação de um nome do partido para o TCU em troca do apoio da sigla ao deputado Hugo Motta (Republicanos-PB) na disputa pelo comando da Câmara, marcada para fevereiro de 2025.
Entre os petistas cotados para a possível indicação à Corte de Contas, estão Gleisi e o atual líder do PT na Câmara, deputado Odair Cunha (MG). A secretária-executiva da Casa Civil, Miriam Belchior, que é filiada ao partido, também é apontada como uma opção.
Ministros palacianos, contudo, têm avaliado, em conversas reservadas, que o nome da presidente do PT enfrentaria muita resistência para ser aprovado pelo plenário da Câmara. As duas próximas vagas que abrirão no TCU serão de indicação da Casa Legislativa.
Auxiliares de Lula que dão expediente no Planalto avaliam que, mesmo com um acordo fechado pelo PT com Hugo Motta e com Arthur Lira (PP-AL), o voto que elege o indicado da Câmara para a Corte de Contas é secreto, o que costuma provocar “traições”.
PT já sofreu derrota para o TCU em 2005
Ministros palacianos lembram ainda que o PT já sofreu uma derrota semelhante em 2005, quando tentou emplacar o petista José Pimentel no TCU. Naquela época, Lula estava em seu primeiro mandato como presidente e havia um acordo para a vaga ser do PT.
Pimentel, contudo, acabou ficando em segundo lugar na votação. O vencedor da disputa foi o então deputado federal Augusto Nardes, que era filiado ao PP. Quase 20 anos depois, é na vaga de Nardes que o PT aposta para indicar um nome do partido para a Corte de Contas.
Para isso, o ministro precisa topar antecipar sua aposentadoria do TCU. Ele só completará 75 anos em 2027, quando terá de se aposentar compulsoriamente. O ministro, porém, tem prometido sair antes, para concorrer ao governo do Rio Grande do Sul em 2026.