Planalto quer evitar novo atrito com EUA por causa da Rússia
Ministros palacianos defendem nova postura do Brasil após a Casa Branca criticar a viagem à Rússia e as falas de Bolsonaro ao lado de Putin
atualizado
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Ministros e assessores que trabalham no Palácio do Planalto defendem internamente que o Brasil evite novos atritos com os Estados Unidos por causa da recente viagem do presidente Jair Bolsonaro à Rússia.
A sugestão desses auxiliares presidenciais é para que o governo brasileiro adote uma nova postura e não mais responda em público às críticas de autoridades da Casa Branca em relação à viagem e às falas de Bolsonaro em Moscou.
No sábado (19/2), o Itamaraty chegou a emitir uma nota rebatendo a declaração da porta-voz da Casa Branca, Jen Psaki, de que “o Brasil parece estar do lado oposto” na crise da Ucrânia.
O comentário da porta-voz ocorreu enquanto ela falava sobre a afirmação de Bolsonaro, feita ao lado do presidente russo, Vladimir Putin, no Kremlin, de que os brasileiros são “solidários à Rússia”.
AGORA: porta-voz da Casa Branca diz que Brasil está “do lado oposto da maioria da comunidade global”.
Declaração é reação à afirmação de @jairbolsonaro, que expressou “solidariedade” com a Rússia durante encontro com Putin.
Tradução: @SamPancher pic.twitter.com/uYYWbyI0os
— Metrópoles (@Metropoles) February 18, 2022
Na nota, o Ministério das Relações Exteriores brasileiro “lamenta o teor da declaração da porta-voz da Casa Branca” e diz que “não considera construtivas, nem úteis, extrapolações semelhantes a respeito da fala” de Bolsonaro.
Canais oficiais
A nota do Itamaraty, porém, não foi consenso dentro do Planalto. Uma ala do governo defendia que o melhor caminho teria sido ignorar a declaração da porta-voz da Casa Branca.
A avaliação de parte dos auxiliares presidenciais foi de que não se deveria gastar tempo e energia com uma “declaração improvisada” da porta-voz, provocada por jornalistas.
Diante disso, os ministros do Planalto passaram a defender que o correto é tratar desses temas somente por canais oficiais, e não pela imprensa, meio pelo qual avaliam haver mais chances de “ruídos”.