Planalto age para evitar que partido da base se afaste de Bolsonaro
Ministros do Planalto planejam fazer acenos para evitar que o Republicanos fique neutro ou apoie outro candidato a presidente da República
atualizado
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Ministros do Palácio do Planalto e lideranças do Centrão que estarão à frente da campanha à reeleição do presidente Jair Bolsonaro acompanham com lupa os movimentos políticos do Republicanos.
Embora faça parte da base aliada e até comande o Ministério da Cidadania, o partido tem ameaçado ficar neutro na eleição presidencial e até flertado com outros presidenciáveis, como o ex-juiz Sergio Moro (Podemos).
Como a coluna noticiou em janeiro, o Republicamos cedeu um de seus técnicos para auxiliar Moro na pré-campanha. O acerto foi feito em reunião entre o presidente da sigla, Marcos Pereira (SP), e a direção do Podemos.
Dirigentes do Republicanos dizem que a pressão para não apoiar Bolsonaro tem vindo dos estados. Entre eles, São Paulo, cuja bancada estaria defendendo a neutralidade, e Pernambuco, onde defendem apoio a Lula.
Aceno do Planalto
Para tentar trazer o Republicanos de volta à órbita de Bolsonaro, ministros palacianos dizem planejar alguns “acenos” ao partido comandado por Marcos Pereira.
Um deles seria articular a filiação de alguns deputados bolsonaristas que podem ser bons puxadores de votos ao Republicanos, e não ao PL, partido ao qual Bolsonaro se filiou.
Um dos nomes citados é o da deputada federal Carla Zambelli (União Brasil-SP). Ela é uma das congressistas mais próximas de Bolsonaro e deve ter boa votação no pleito deste ano, pelas previsões do Planalto.
Aliados da parlamentar dizem, porém, que ela ainda não conversou com o Republicanos. Além do PL, ela recebeu convite do Progressistas, partido comandado pelo ministro Ciro Nogueira.
Interlocutores do chefe da Casa Civil, no entanto, dizem que ele toparia ceder Zambelli ou outro puxador de votos ao Republicanos como um aceno para garantir o apoio da sigla à reeleição de Bolsonaro.