metropoles.com

PL de Valdemar quer “casamento aberto”, mas Bolsonaro resiste

Partido propôs liberdade para presidente e cúpula da sigla apoiarem nomes diferentes em 2022, mas presidente sinaliza não topar a proposta

atualizado

Compartilhar notícia

Google News - Metrópoles
Hugo Barreto/Metrópoles
Jair Bolsonaro
1 de 1 Jair Bolsonaro - Foto: Hugo Barreto/Metrópoles

No acordo pré-nupcial entre Jair Bolsonaro e o PL, dirigentes do partido propuseram ao presidente da República uma espécie de “casamento aberto” nos palanques estaduais, nas eleições de 2022. O problema, no entanto, é que Bolsonaro resiste.

Até a sexta-feira (13/11), a direção da legenda dava como certa a solução. Caso o chefe do Palácio do Planalto não concordasse com um candidato a governador ou senador apoiado oficialmente pelo PL, ele teria liberdade para buscar outro nome.

Da mesma forma, a legenda comandada por Valdemar Costa Neto também não precisaria obrigatoriamente apoiar os nomes defendidos pelo presidente da República, caso não concordasse com o candidato escolhido por Bolsonaro.

No fim de semana, porém, o certo virou incerto. Em meio a suas agendas em Dubai, Bolsonaro voltou a mostrar resistência à ideia de estar filiado a uma legenda que apoie possíveis adversários seus para governos estaduais e Senado.

É o caso, por exemplo, do possível apoio do PL ao atual vice-governador de São Paulo, Rodrigo Garcia, que, em maio, deixou o DEM após 27 anos de filiação e foi para o PSDB, para disputar o governo do Estado nas eleições do próximo ano.

O PL tem um pré-acordo para apoiar Garcia. Bolsonaro, no entanto, deixou claro que resiste  a essa aliança, pelo fato de o tucano ser o nome apoiado pelo governador João Doria, possível adversário do atual presidente da República na disputa pelo Planalto.

Até então, Valdemar e Bolsonaro tinham combinado de, futuramente, buscar um nome de consenso. Caso isso não fosse possível, o presidente teria liberdade para endossar outro nome ao governo paulista, mesmo com o PL estando formalmente com Garcia.

Dirigentes do PL dizem que Bolsonaro já teria até concordado que o ministro da Infraestrutura, Tarcísio Gomes de Freitas, fosse lançado ao Senado por Goiás, e não ao governo de São Paulo, como o presidente queria inicialmente. Neste domingo, porém, o chefe do Planalto recuou.

“A gente não vai aceitar em São Paulo o PL apoiar alguém do PSDB. Não tenho candidato em São Paulo ainda, talvez o Tarcísio aceite esse desafio. Seria muito bom para São Paulo e para o Brasil, mas temos muita coisa a afinar ainda”, disse durante evento em Dubai.

Alianças com a esquerda

Outro ponto de resistência é o possível apoio do PL a candidatos de legendas de esquerda, em especial no Nordeste. No Piauí, por exemplo, integrantes do PL querem dividir palanque com o grupo do governador petista Wellington Dias. Em Alagoas, o partido é base do governador Renan Filho (MDB).

Sem conseguir aparar estas arestas, restou ao presidente da legenda, Valdemar Costa Neto, adiar o evento de filiação de Jair Bolsonaro. O evento estava marcado para o próximo dia 22 de novembro. Agora, foi adiado, sem nova data ainda prevista.

Quais assuntos você deseja receber?

Ícone de sino para notificações

Parece que seu browser não está permitindo notificações. Siga os passos a baixo para habilitá-las:

1.

Ícone de ajustes do navegador

Mais opções no Google Chrome

2.

Ícone de configurações

Configurações

3.

Configurações do site

4.

Ícone de sino para notificações

Notificações

5.

Ícone de alternância ligado para notificações

Os sites podem pedir para enviar notificações

metropoles.comIgor Gadelha

Você quer ficar por dentro da coluna Igor Gadelha e receber notificações em tempo real?