Pimenta manda recado ao Congresso sobre MP que criou ministério do RS
Em entrevista ao Metrópoles, Paulo Pimenta disse que quem votar contra MP que criou ministério do RS sofrerá consequências políticas danosas
atualizado
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Ministro extraordinário para a Reconstrução do Rio Grande do Sul, Paulo Pimenta mandou um recado para parlamentares que resistem a votar a medida provisória (MP) que criou sua pasta.
Em entrevista ao Metrópoles, Pimenta disse achar “muito difícil” a MP não ser aprovada em meio ao “estágio de comoção” sobre o estado e previu que o parlamentar que votar contra sofrerá consequências políticas “danosas”.
“Acho muito difícil que ela (MP) não seja aprovada. Porque, com esse estágio de quase comoção, de responsabilidade de todo o país na recuperação do Rio Grande do Sul, você pegar uma estrutura que está 24 horas por dia trabalhando em favor da reconstrução do estado, apoiando as prefeituras, as entidades empresariais, o governador, e, por uma questão de natureza ideológica ou partidária, retirar do Rio Grande do Sul essa ferramenta, você retirar do governo federal essa ferramenta…. Bom, o deputado gaúcho, a deputada gaúcha, que votar (contra), eles não podem nem voltar ao Rio Grande do Sul. Não pode botar os pés no Rio Grande do Sul, porque ele vai ser considerado um traidor do seu próprio estado”, disse o ministro.
A MP foi editada pelo governo federal no dia 15 de maio. Desde então, o Congresso Nacional nem sequer criou a comissão mista que analisará o mérito da proposta, que caduca em setembro.
Se até lá MP não for aprovada nem votada pelo Congresso, o ministério extraordinário seria extinto na véspera das eleições municipais, obrigando Pimenta a deixar o posto.
“Evidentemente que esse parlamentares têm relações políticas. Então, um partido político que, numa hora como essa, optar, por uma questão de natureza ideológica, a tomar uma atitude como essa (rejeitar a MP), com o objetivo de retaliação, mas que tem como consequência impedir um trabalho que está sendo feito para ajudar o Rio Grande do Sul, é o partido político que vai revelar a sua vontade de que as coisas deem errado. Então eu, pelo que conheço do Congresso Nacional, por mais que um ou outro diga isso, [acredito que] ninguém se anima a tomar uma atitude como essa”, afirmou Pimenta.
O ministro afirmou não ter tratado com nenhuma liderança do Congresso sobre a votação da MP até agora e ressaltou que o “povo gaúcho jamais perdoaria uma traição de tamanha natureza”, caso a proposta seja rejeitada.
“Sinceramente, não tratei com ninguém, até porque eu estou fazendo o meu trabalho e não imagino, sinceramente, que possa passar pela cabeça de alguém, de forma séria, fazer isso para o Rio Grande do Sul, porque não é para mim que vão fazer. Eu vou continuar no governo, sou parlamentar, vou continuar acompanhando as questões do Rio Grande do Sul. Agora, você vai tirar dos prefeitos uma ferramenta que eles têm hoje, uma estrutura que tem lá gente da saúde, da educação, da habitação, trabalhando 24 horas por dia junto com as prefeituras de todos os partidos, junto com as entidades empresariais, de todos os setores, junto com as entidades de trabalhadores e trabalhadores, num processo de reconstrução que todo mundo está abraçado, remando numa mesma direção, e você fazer isso… Eu acho que a consequência política será tão danosa para quem pensar em fazer isso, que, de sã consciência, ninguém vai cometer insanidade”, declarou.