Petistas apostam que Pimenta não volta para a Secom
Nos bastidores, caciques do PT apostam que Lula aproveitará afastamento de Paulo Pimenta da Secom para mexer na comunicação do governo
atualizado
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Caciques petistas apostam, nos bastidores, que o ministro Paulo Pimenta, que assumiu o Ministério Extraordinário de Apoio ao Rio Grande do Sul, não voltará a comandar a Secretaria de Comunicação da Presidência (Secom).
A avaliação de lideranças do partido ouvidas pela coluna é de que Lula deve aproveitar a transferência de Pimenta para o ministério extraordinário para promover uma mudança nos rumos da comunicação do governo.
Nos últimos meses, diante da queda da popularidade de Lula nas pesquisas, a Secom virou um dos alvos das críticas do presidente da República, que acredita haver uma falha na comunicação das medidas do governo.
Diante dessa queda na popularidade, petistas avaliam que Lula não manterá um interino no comando da Secom por muito tempo. Após a saída de Pimenta, o presidente nomeou o jornalista Laércio Portela como ministro interino.
Uma das possibilidades aventadas por petistas é de que, caso Pimenta não retorne ao ministério, Lula nomeie o marqueteiro Sidônio Palmeira, que atuou na campanha do petista em 2022, como chefe da Secom.
Pimenta quer voltar à Secom em 6 meses
Apesar da aposta de petistas, Pimenta disse à coluna que fixou um prazo de quatro a seis meses para encerrar o trabalho do ministério em apoio do Rio Grande do Sul para poder retornar à Secom.
“Eu quero um prazo de quatro a seis meses para que todos os projetos estejam aprovados em todas as áreas. E, com isso, eu poder voltar para assumir definitivamente a Secom. E aí cada ministério acompanha a parte de execução”, declarou o ministro na quinta-feira (16/5).
Embora seu foco seja o Rio Grande do Sul, Pimenta pretende continuar despachando alguns dias da semana no mesmo gabinete que usava quando era titular da Secom, no primeiro andar do Palácio do Planalto.
Pimenta diz não ser adversário de Leite
A escolha de Pimenta para o ministério extraordinário irritou aliados do governador gaúcho, Eduardo Leite (PSDB), que viram uma tentativa do governo Lula de antecipar o debate eleitoral de 2026.
O ministro, vale lembrar, é apontado como pré-candidato ao Senado ou até mesmo ao governo do Rio Grande do Sul nas eleições que ocorrerão daqui a dois anos e meio.
Em resposta, Pimenta ressaltou que “não é inimigo” de Leite e que tem uma “relação ótima” com o tucano. “Claro que temos diferenças, mas nada que impeça um ótimo trabalho conjunto”, afirmou o ministro à coluna.