Petistas alertam Lula sobre riscos de adiar indicação ao STF
Presidente Lula foi aconselhado por petistas de que há riscos políticos em adiar a indicação do susbtituto de Ricardo Lewandowski no STF
atualizado
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Lideranças petistas e conselheiros antigos de Lula alertaram o presidente sobre os riscos de ele adiar para o final do ano a indicação do substituto do ministro Ricardo Lewandowski, que se aposentou do STF nesta semana.
Nos últimos dias, Lula foi aconselhado pelo presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), e por ministros do TCU e do próprio governo a adiar a indicação para outubro, quando a ministra Rosa Weber se aposenta.
A ideia seria o presidente esperar para anunciar um pacotão de indicações, que incluiria também os substitutos de Rosa Weber e do procurador-geral da República, Augusto Aras, cujo mandato se encerra em setembro.
Petistas e outros conselheiros do presidente alertaram-no de que deixar o Supremo sem um dos 11 ministros até o final de 2023 pode representar um risco para o próprio presidente e para o governo.
A demora, dizem aliados de Lula, pode provocar uma redistribuição da relatoria de processos de interesse do Palácio do Planalto e do próprio presidente no STF, que correm o risco de cair nas mãos de ministros que não são simpáticos ao governo.
Lula também foi alertado de que, no final do ano, o capital político de seu governo pode estar menor. Esse cenário teria potencial para dificultar a aprovação pelo Senado de algum dos indicados pelo petista.
“Conluio”
Na avaliação de um dirigente petista, o adiamento da indicação do substituto de Lewandowski pode favorecer um “conluio” de forças políticas em Brasília para tentar influenciar as duas indicação de Lula ao Supremo.
Por ora, o presidente não disse que caminho seguirá. Em café da manhã com jornalistas na semana passada, no qual a coluna estava presente, Lula disse apenas não estar com pressa para escolher o sucessor de Lewandowski.