Para STF e governistas, decisão de Pacheco é a “senha” para pacificação
Avaliação, porém, é de que pacificação completa dependerá agora do comportamento do presidente Jair Bolsonaro até 7 de Setembro
atualizado
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A decisão do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), de rejeitar o pedido de impeachment do ministro Alexandre de Moraes, nesta quarta-feira (25/8), menos de uma semana após a peça ser protocolada pelo presidente Jair Bolsonaro, foi vista por ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) e até por parlamentares governistas como a “senha” para o início da pacificação entre os poderes.
A avaliação de fontes do Supremo e do Congresso Nacional ouvidas pela coluna na noite desta quarta, contudo, é de que a paz completa dependerá do comportamento de Bolsonaro nos próximos dias. O desejo é de que o presidente mantenha o tom equilibrado até o feriado de 7 de Setembro, para quando bolsonaristas têm convocado manifestações contra a Corte.
Parlamentares aliados ao presidente da República ressaltam que ele teria dado sinais de pacificação já nesta quarta. Pela manhã, Bolsonaro desistiu de discursar durante a cerimônia do Dia do Soldado, em Brasília. Também hoje auxiliares presidenciais informaram, nos bastidores, que o chefe havia “suspendido” o envio ao Senado do pedido de impeachment do ministro Luís Roberto Barroso.
Apesar das sinalizações, integrantes da cúpula do Congresso e do Supremo pregam cautela. Lembram que o presidente já prometeu várias vezes moderar o tom e, dias depois, voltou a radicalizar o discurso. A avaliação é de que as manifestações de 7 de Setembro e a forma como o presidente lidará com os protestos serão decisivos.
De uma forma ou de outra, interlocutores de Pacheco dizem que a decisão de arquivar o impeachment de Moraes foi uma tentativa do presidente do Senado de esvaziar o discurso dos bolsonaristas para as manifestações. Segundo aliados do senador mineiro, o objetivo seria “encerrar o assunto”, para evitar “especulações” que “inflamam a bolha” de aliados do presidente da República.