Para general de Moro, motorista paga gasolina mais cara porque quer “grife”
Atual CEO de um instituto que representa grandes distribuidoras, o militar comparou o mercado de combustíveis com um shopping
atualizado
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Ex-secretário nacional de Segurança Pública durante a gestão de Sergio Moro no Ministério da Justiça, o general da reserva Guilherme Theophilo admitiu que postos bandeirados (que comercializam gasolina de uma só marca) vendem combustível mais caro e que quem abastece nesses estabelecimentos quer pagar pela “grife”.
A declaração foi feita durante audiência pública na Comissão de Minas e Energia da Câmara dos Deputados, na terça-feira (21/9), sobre a medida provisória (MP) editada pelo governo Jair Bolsonaro para liberar postos com bandeira a venderem combustíveis de qualquer marca.
O militar da reserva participou do evento como CEO do Instituto de Combustível Legal (ICL). A entidade tem como associadas pelos menos cinco grandes distribuidoras de combustíveis: Ipiranga, Raízen (fornecedora dos postos Shell), Vibra (antiga BR Distribuidora), Brasken e Petrobras.
Ao defender a manutenção do modelo atual, em que postos associados a uma marca só podem vender combustíveis fornecidos por essa mesma empresa, o ex-secretário de Moro fez uma analogia do mercado de combustíveis com um shopping. Foi, então, que cometeu o “sincericídio”.
“Se vou a um shopping e procuro uma grife, é porque eu quero pagar por aquela grife, mesmo que seja um pouco mais caro. Mas isso é uma opção que o consumidor faz. É diferente de você entrar num supermercado. Eu vou ao supermercado e sei que vou encontrar uma diversidade de produtos”, afirmou.
Assista ao vídeo:
Antes disso, o general afirmou que, na avaliação do ICL, permitir que um posto venda gasolina de diferentes distribuidoras “confunde o consumidor, dificulta a fiscalização e prejudica a concorrência”. “É como se a gente colocasse um sanduíche Bobs para vender no McDonald’s”, declarou.