Campanha de Boulos vê um ponto positivo na candidatura de Pablo Marçal
Auxiliares de Boulos avaliam que Pablo Marçal obrigará Nunes a reforçar gestos a Bolsonaro, prejudicando estratégia centrista do prefeito
atualizado
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Membros da pré-campanha de Guilherme Boulos (PSol) à Prefeitura de São Paulo avaliam, nos bastidores, que a entrada do coach Pablo Marçal (PRTB) na disputa não é de todo ruim.
Auxiliares de Boulos veem pelo menos um ponto positivo na pré-candidatura do influencer: forçar o atual prefeito da capital, Ricardo Nunes (MDB), a fazer mais gestos em direção a Jair Bolsonaro (PL).
Uma eventual “bolsonarização” explícita atrapalharia a estratégia de Nunes de ter o apoio do bolsonarismo, sem, no entanto, explorar essa relação demasiadamente para não perder votos do eleitor moderado.
Uma maior bolsonarização de Nunes forçada por Marçal vai ao encontro da estratégia eleitoral de Boulos de tentar colar no atual prefeito a pecha de bolsonarista.
“A candidatura de Pablo Marçal deve fazer com que a pré-campanha de Nunes reforce os gestos para Bolsonaro, na tentativa de evitar a divisão de votos do eleitorado bolsonarista. Mais do que isso, o ingresso de Marçal na corrida eleitoral deve fazer cair em definitivo a máscara do prefeito, que insiste em omitir da população seu apoio ao ex-presidente”, avaliou à coluna, sob reserva, um membro da pré-campanha de Boulos.
Dor de cabeça para Nunes
Como mostrou a coluna, o próprio prefeito Ricardo Nunes admite que Marçal pode roubar parte de seus votos, caso sua candidatura seja realmente oficializada pelo PRTB.
Além disso, uma ala de aliados de Bolsonaro, insatisfeitos com a falta de gestos de Nunes para a direita, já abriu conversas com Marçal visando um possível apoio para o pleito de outubro.
O movimento gerou reação de alguns bolsonaristas. Dentre eles, o advogado do ex-presidente Fabio Wajngarten, que repostou críticas ao coach em suas redes sociais ligando-o ao Movimento Brasil Livre (MBL).