Entorno de Pacheco vê erro do governo e STF com pautas bolsonaristas
Para aliados de Rodrigo Pacheco, STF errou ao trazer pautas bolsonaristas ao debate e governo Lula foi omisso ao deixar temas avançarem
atualizado
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Aliados do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), passaram a contra-atacar, nos bastidores, integrantes do STF e do governo Lula que têm criticado o senador por pautar propostas bolsonaristas na Casa.
Nas últimas semanas, Pacheco vem sendo duramente atacado por membros do Executivo e do Judiciário, por colocar em votação o projeto do marco temporal e defender a discussão de mandato para ministros do Supremo.
Outra iniciativa que irritou o STF foi a votação a jato, nesta quarta-feira (4/10), no Senado, de uma PEC que cria novas regras e limita poderes da Corte sobre pedidos de vista, declarações de inconstitucionalidade e liminares.
O erro do STF e a omissão do governo
Para aliados do presidente do Senado, o governo Lula e a agora ex-ministra Rosa Weber, que presidiu o STF até o final de setembro de 2023, têm sua parcela de culpa pelo avanço desses temas no Congresso.
Senadores próximos a Pacheco ressaltam que o presidente do Senado “segurou” por muito tempo a análise de pautas bolsonaristas, entre elas, o marco temporal, a criminalização das drogas e o aborto.
Na reta final de seu mandato como presidente do STF, porém, Rosa decidiu pautar esses temas na Corte. Para aliados de Pacheco, a ex-ministra “errou”, pois acabou trazendo a pauta bolsonarista ao debate.
Em meio a tudo isso, o entorno de Pacheco diz que o governo “ficou quieto”. Ou seja, não se mexeu para tentar brecar o julgamento desses temas nem Supremo, nem no Congresso Nacional.
“A própria ministra dos Povos Originários (Sônia Guajajara) estava no exterior no dia da votação do marco temporal”, lembra um influente aliado do presidente do Senado.
“E o Rodrigo sozinho, que defendeu a democracia, urnas eletrônica, eleições, não vai dar conta de segurar pauta que nem o governo se mostra com vontade de segurar. O cara não usa capa de herói”, emenda esse aliado.
Discussão não será de curto prazo
Apesar do contra-ataque, auxiliares de Pacheco ressaltam que a discussão sobre mandato para ministros do STF não será feita no curto prazo, nem será de iniciativa de um senador bolsonarista.
O discurso do presidente do Senado é de que debate vai contar com participação dos integrantes do próprio Supremo e que a votação da PEC deve ficar para 2024.