Pacheco deve abrir CPI do MEC e outra comissão em aceno a governistas
Presidente do Senado tem dito a líderes partidários da Casa só ver espaço para abrir duas CPIs ao mesmo tempo
atualizado
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Responsável por analisar os pedidos de CPI apresentados pelos senadores, o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), avisou a lideranças partidárias, nos últimos dias, só ver espaço para autorizar a instalação de duas comissões parlamentares de inquérito nesse ano eleitoral.
Pacheco tem conversado com os líderes de bancada sobre a logística desse funcionamento duplo de CPIs desde a semana passada. Nesta terça-feira (28/6), dia em que a oposição protocolou o pedido da CPI do MEC, o presidente do Senado terá novas conversas com senadores sobre o assunto.
Segundo interlocutores, Pacheco “dificilmente” vai segurar a CPI do MEC, diante dos fatos já revelados. “Ele fará uma análise puramente legislativa, e não política. Se preencher os requisitos, abre”, disse à coluna um aliado. Os requisitos são: mínimo de 27 assinaturas, fato determinado e orçamento.
A outra CPI a ser aberta por Pacheco seria para fazer um aceno a governistas. Na avaliação dele, dos três pedidos existentes, a que teria mais chances, por preencher os requisitos, seria a CPI para investigar ONGs que atuam na Amazônia. O requerimento foi do senador Plinio Valério (PSDB-AM).
A CPI até agrada a base aliada, mas a prioridade da ala política do governo seria o presidente do Senado instalar a CPI das Obras Inacabadas do MEC. O pedido foi apresentado pelo líder do governo na Casa, Carlos Portinho (PL-RJ). Pacheco, no entanto, sinalizou não ver fato determinado no pedido.
O argumento da base governista é de que as CPIs das ONGs, das obras inacabadas do MEC e a para investigar o narcotráfico (de autoria do senador Eduardo Girão, do Podemos-CE) deveriam ter prioridade sobre a CPI do MEC da oposição, por terem sido protocoladas antes.
Enquanto Pacheco não lê os requerimentos de instalação no plenário, governistas prometem seguir na articulação para convencer senadores a retirarem o apoio à CPI do MEC. O trabalho será árduo, uma vez que a oposição protocolou o pedido com 31 assinaturas, quatro a mais que o mínimo necessário.