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Os bastidores da desfiliação de Doria do PSDB

Aliados tentaram demover João Doria da ideia de sair do PSDB e apontam “traição” de Rodrigo Garcia como um dos fatores para desfiliação

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Imagem colorida mostra Joao Doria (PSDB), ex-governador de São Paulo, um homem branco, com cabelo grisalho, blusa preta e camisa branca por baixo, com as mãos juntas perto da boca, como se estivesse rezando - Metrópoles
1 de 1 Imagem colorida mostra Joao Doria (PSDB), ex-governador de São Paulo, um homem branco, com cabelo grisalho, blusa preta e camisa branca por baixo, com as mãos juntas perto da boca, como se estivesse rezando - Metrópoles - Foto: Divulgação

O ex-governador de São Paulo João Doria anunciou, na manhã desta quarta-feira (19/10), sua desfiliação do PSDB após mais de duas décadas como membro do partido.

Interlocutores de Doria dizem que a saída tem a ver principalmente com a decisão dele de “deixar a política”. Mas, segundo aliados, também teria pesado o apoio de tucanos paulistas a Jair Bolsonaro no segundo turno.

Auxiliares do ex-governador contam que ele vinha amadurecendo a decisão de se desfiliar do PSDB desde que desistiu de concorrer à Presidência da República este ano.

Nos últimos dias, ele compartilhou a intenção com aliados. Entre eles, o presidente do PSDB paulistano, Fernando Alfredo. Os dois conversaram na noite de terça-feira (18/10), quando o dirigente tentou demover Doria.

“Traição” de Rodrigo Garcia

À coluna, o dirigente culpou o atual governador, Rodrigo Garcia (PSDB), pela desfiliação de Doria. Para Alfredo, Garcia teria “traído” Doria ao oferecer um jantar para o presidente Jair Bolsonaro no Palácio dos Bandeirantes.

Como noticiou a coluna mais cedo, o jantar está marcado para esta quinta-feira (20/10), e deve reunir ainda o ex-ministro Tarcísio de Freitas (Republicanos), candidato ao governo paulista, e cerca de 50 prefeitos.

“Foi uma traição do Rodrigo. Vimos o quanto o João lutou pelas vacinas. Trazer o cara para o Palácio dos Bandeirantes… Como que a gente explica isso?”, declarou Alfredo à coluna.

Destino de Doria

A interlocutores e aliados, Doria informou que não pretende se filiar a nenhum outro partido, pelo menos por ora. Ele não descartou, porém, voltar a política no futuro, caso haja espaço.

O ex-governador pretende se dedicar à consultoria que criou após deixar o governo de São Paulo e desistir de disputar o Palácio do Planalto no pleito deste ano.

Como noticiou o Metrópoles, Doria foi contratado como consultor pela Paper Excellence (PE), empresa que tem como sócia a J&F Investimentos e que também disputa judicialmente o controle da Eldorado Celulose.

Críticas de tucanos

Tucanos de outros estados ouvidos pela coluna relataram que não souberam antes da saída de Doria. Para eles, no entanto, a desfiliação não foi uma surpresa.

Sob reserva, integrantes do PSDB avaliaram que o ex-governador paulista já estava “sem ambiente” no partido, após ser pressionado a desistir de concorrer à Presidência.

Esses tucanos, porém, criticaram o timing escolhido por Doria para anunciar a saída. Para eles, o ex-governador deveria ter aguardado o fim do segundo turno para oficializar a desfiliação.

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