Oposição pede convocação do chanceler de Lula após fala sobre Israel
Líder do PL no Senado quer convocar chanceler Mauro Vieira para explicar fala em que Lula comparou crise na Faixa de Gaza ao Holocausto
atualizado
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A oposição no Senado decidiu protocolar um pedido de convocação do chanceler Mauro Vieira para que ele explique a fala do presidente Lula que provocou uma crise diplomática com Israel.
Segundo o líder do PL na Casa, senador Carlos Portinho (RJ), o requerimento de convocação do chanceler brasileiro deve ser protocolado ainda nesta segunda-feira (19/2).
“Estou preparando o requerimento, será dado entrada hoje. E a gente pede a convocação porque a questão é urgente”, afirmou Portinho à coluna.
O pedido de convocação de Vieira será protocolado na Comissão de Relações Exteriores do Senado, comandada pelo senador Renan Calheiros (MDB-AL), aliado de Lula na Casa.
Persona non grata
Nesta segunda, o presidente brasileiro foi declarado “persona non grata” em Israel após comparar a morte de civis palestinos por Israel com o Holocausto perpetrado pelos nazistas contra judeus na Segunda Guerra Mundial.
Em outra reação ao Brasil, o chanceler israelense, Israel Katz, convocou o embaixador brasileiro em Israel, Frederico Meyer, a prestar esclarecimentos em Tel Aviv sobre a fala de Lula.
No Brasil, o presidente realizou uma reunião de emergência com ministros para discutir o assunto. Após o encontro, Lula decidiu que não se desculpará com Israel, mas escalou Vieira para falar sobre o tema.
Israel está “escalando” a crise
A decisão de Lula de não se desculpar com Israel foi tomada após o diagnóstico no Planalto e no Itamaraty de que o governo israelense vem agindo, nas últimas horas, para “escalar” a crise.
A avaliação tem como base duas ações recentes de Israel: 1) a de anunciar que Lula é “persona non grata” no país até que se retrate e 2) a de levar o embaixador do Brasil no país para o Museu do Holocausto.
“Isso não existe em diplomacia. Claramente querem escalar”, afirmou à coluna, sob reserva, uma influente fonte da diplomacia brasileira que acompanha de perto o desenrolar da crise.