Olavista Filipe Martins é cortado da agenda internacional de Bolsonaro
O assessor para Assuntos Internacionais sequer foi chamado para auxiliar o presidente na cúpula do Brics, realizada nesta quinta-feira (9/9)
atualizado
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Um dos poucos olavistas remanescentes no governo, o assessor para Assuntos Internacionais da Presidência, Filipe Martins, está cada vez mais escanteado da agenda internacional de Jair Bolsonaro.
Nesta quinta-feira (9/9), Martins não foi chamado para ajudar na preparação nem para participar da cúpula do Brics, que aconteceu hoje pela manhã, por videoconferência.
Bolsonaro participou da reunião acompanhado apenas dos ministros da Economia, Paulo Guedes, e das Relações Exteriores, Carlos França, que vem tentando reduzir a influência de Martins sobre o presidente.
Fontes do Itamaraty ressaltam que o olavista tinha sido excluído de outras agendas, como a ida à posse do presidente do Equador, Guilhermo Lasso, em maio, e visitas de chefes de estado ao Planalto.
A única exceção, lembram essas fontes, teria sido durante a reunião do novo diretor da CIA (Agência Central de Inteligência americana), William J. Burns, com Bolsonaro, em julho.
Ministros palacianos dizem que Martins teria sido “deslocado” para atividades de natureza política. Entre elas, ajudar na estratégia de defesa do governo na CPI da Covid-19 no Senado.
O afastamento do olavista da pauta internacional se intensificou após a posse de Carlos França no Itamaraty e depois de Martins ser acusado de fazer gesto associado a supremacistas brancos durante uma sessão do Senado, em março.
Procurado pela coluna, o assessor não respondeu.