O tamanho do desafio de Lula diante de um Congresso mais bolsonarista
Em 2002, Lula também encarou oposição com maioria da Câmara, mas conseguiu emplacar o presidente da Casa
atualizado
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Eleito presidente pela terceira vez nesse domingo (30/10), Lula (PT) terá como um de seus principais desafios encarar uma Câmara dos Deputados e um Senado recheados de bolsonaristas. Não será, no entanto, a primeira vez que o petista enfrentará um Legislativo oposicionista.
Ao assumir a Presidência em janeiro de 2003, Lula viu-se diante de um Congresso com maioria oposicionista. O PT tinha a maior bancada da Câmara, com 91 deputados. Mas, na sequência, vinham PFL (que virou o DEM), com 84 deputados; PMDB, com 73 deputados; e PSDB, com 72 deputados.
A diferença de 2003 para 2023, no entanto, é que, há 20 anos, Lula aproveitou o fato de o PT ter a maior bancada e conseguiu eleger um aliado como presidente da Câmara. O vencedor foi o então deputado federal João Paulo Cunha (PT-SP), que comandou a Casa até 2005.
Na próxima legislatura, o PL de Jair Bolsonaro terá a maior bancada da Câmara, com 99 deputados. Além disso, petistas e integrantes do Centrão já dão como inevitável que o atual presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), aliado de Bolsonaro, se reelegerá para o comando da Casa.
Recheado de bolsonaristas raiz, o partido, em sua maioria, promete fazer oposição mais ferrenha que o PSDB fazia nos primeiros governos Lula. Nomes como Nikolas Ferreira (PL-MG), Eduardo Bolsonaro (PL-SP) e Carla Zambelli (PL-SP) não devem facilitar para a nova gestão.
No Senado, a situação é parecida. Bolsonaro conseguiu emplacar 20 dos 27 senadores que se elegeram no primeiro turno. O PL também deve ter uma das maiores bancadas da Casa e já avisou que usará isso para tentar eleger o futuro presidente do Senado em 2023.