O que une Sergio Moro e um de seus algozes no TCU
Subprocurador do TCU que pediu indisponibilidade dos bens de Sergio Moro tem doutorado em combate à corrupção, tema preferido do ex-juiz
atualizado
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Um dos algozes do ex-ministro Sergio Moro no Tribunal de Contas da União (TCU), o subprocurador-geral da Corte, Lucas Rocha Furtado, tem pós-graduação justamente na principal área de interesse e de atuação do ex-juiz da Lava Jato: o combate à corrupção.
Furtado tem doutorado em Direito pela Universidade de Salamanca, na Espanha, no programa “Aspectos Jurídicos e Econômicos da Corrupção”. Recentemente, concluiu pós-doutorado na Universidade de Coimbra, em Portugal, com o tema “Empresas Estatais e Corrupção”.
Na sexta-feira (4/2), Furtado pediu ao ministro Bruno Dantas que determine, cautelarmente, a indisponibilidade de bens de Moro. O pedido foi feito no âmbito do processo que apura possível conflito de interesses na atuação do ex-juiz na consultoria Alvarez & Marsal.
O escritório, no qual Moro trabalhou após deixar o cargo de ministro da Justiça do governo Jair Bolsonaro, é responsável pela administração judicial de empreiteiras investigadas pela Lava Jato. O ex-juiz diz não ter atuado em processos dessas empresas.
O subprocurador, que dias antes havia solicitado o arquivamento da investigação contra Moro no TCU, disse ter feito o novo pedido de indisponibilidade de bens do ex-juiz após ter analisado “fatos novos”. Relator do caso, Bruno Dantas ainda não decidiu sobre nenhuma das solicitações de Furtado.