O que o PT deve levar em troca do apoio ao candidato de Lira na Câmara
PT acertou apoio a Hugo Motta em troca de cargos. Temor de ficar para o fim da fila fez partido acelerar decisão de apoiar candidato de Lira
atualizado
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A bancada do PT negociou cargos na Câmara e no Tribunal de Contas da União (TCU) em troca do apoio à candidatura de Hugo Motta (Republicanos-PB) à sucessão de Arthur Lira (PP-AL) na Casa.
Na Câmara, o partido de Lula deve ficar com a 1ª secretaria da mesa diretora, espécie de prefeitura da Casa, responsável por ratificação despesas e serviços administrativos do Legislativo.
Além disso, como informou a coluna, o PT deve levar a próxima indicação para ministro do TCU em vaga que caberá à Câmara. O nome do indicado pela legenda ainda será deliberado.
PT foi fiel da balança
O temor de chegar por último nas conversas com Hugo Motta pesou na decisão do PT de não esperar mais e declarar já na quarta-feira (30/10) apoio ao candidato do Republicanos.
Na reunião em que o partido selou apoio, deputados argumentaram que a sigla conquistou a posição de “fiel da balança” na eleição da Câmara, mas que perderia esse poder caso demorasse para decidir.
Isso porque, nos últimos dois dias, após Arthur Lira (PP-AL) confirmar que Motta seria seu candidato, o deputado do Republicanos viu uma onda de partidos confirmarem apoio a ele na disputa.
Além do próprio Republicanos (44 deputados), PL (92), PP (50), MDB (44) e Podemos (14) formalizaram apoio. Isso fez a candidatura de Motta chegar a ter o apoio oficial se siglas que somam 244 deputados.
Para se eleger em primeiro turno, um candidato na Câmara precisa de 257 votos. Caso o PT demorasse, Motta chegaria a esse número sem o partido de Lula, fazendo os petistas perderem o protagonismo.
“Fazia tempo que o PT não era procurado assim na Câmara. Não podíamos perder isso”, disse à coluna, em reservado, uma liderança petista da Casa.
O apoio formal do PT a Motta deve decidir a disputa antes mesmo da votação acontecer. Como mostrou a coluna, a decisão petista forçou o União Brasil a rifar a candidatura de Elmar Nascimento.