Novo partido de Mourão está cada vez mais longe de Bolsonaro
Tendência no Republicanos hoje é não formalizar aliança com Jair Bolsonaro e liberar seus filiados a apoiarem outros candidatos ao Planalto
atualizado
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A ausência de aliados próximos do presidente Jair Bolsonaro na filiação do vice-presidente Hamilton Mourão ao Republicanos nesta semana foi simbólica.
Lideranças do partido presentes no evento admitiram à coluna, sob reserva, que a legenda está cada vez mais distante do atual presidente da República.
Nesse cenário, líderes do Republicamos admitem que o partido caminha para não apoiar formalmente a reeleição de Bolsonaro e liberar seus filiados a apoiarem outros candidatos ao Palácio do Planalto.
“Nosso interesse não é eleger presidente da República, mas fazer bancada (na Câmara)”, resumiu um parlamentar da sigla à coluna pedindo reserva.
Para lideranças da sigla, o fato de Mourão ter ressaltado durante a filiação que pretende dar apoio irrestrito a reeleição de Bolsonaro seria um sinal de que a sigla dará liberdade para seus filiados apoiarem quem quiserem.
A insatisfação do Republicanos com Bolsonaro é pública. O próprio presidente nacional da sigla, Marcos Pereira (SP), já disse em entrevistas que o presidente da República “atrapalhou” a filiação de parlamentares ao partido.
Esse distanciamento da legenda em relação a Bolsonaro poderá levar o ministro da Cidadania, João Roma, a deixar o Republicanos para concorrer ao governo da Bahia em uma chapa apoiada pelo presidente da República.
Apesar da distância atual, dirigentes da legenda ressaltam que só pretendem bater o martelo sobre a posição da sigla na disputa presidencial em abril, após o período de trocas partidárias.